O Dia da Mãe é um dia de mimar a progenitora e, nos últimos anos, estes mimos têm-se focado cada vez mais na oferta de bens materiais. Aliás, basta dar um passeio por um centro comercial na semana que antecede esta celebração para se perceber que se tornou numa data altamente comercial.
Mas nem sempre foi assim.
A celebração mais antiga relacionada com a mãe remonta aos tempos da Grécia Antiga. Aquando da chegada da primavera organizava-se uma celebração em nome de Rhea, a mãe dos deuses
Depois, na Roma Antiga – cerca de 250 anos antes de Cristo – as comemorações eram feitas em honra de Cybelle, a mãe dos deuses romanos.
Muito mais tarde, no século XVII, surge uma nova celebração, desta feita em Inglaterra, em honra das mães com o chamado ‘Mothering Day’, comemorado no quarto domingo da Quaresma. O objetivo deste dia era o de proporcionar às operárias inglesas a oportunidade de passarem um dia com as suas mães, tendo, para esse efeito, folga.
Mas o Dia da Mãe como o conhecemos hoje nasceu verdadeiramente no início do século XX nos Estados Unidos da América.
A história remonta a 1858 quando uma mulher, Ann Maria Reeves Jarvis, fundou o ‘Mother’s Days Works Club’. O objetivo era o de discutir estratégias para que a mortalidade de crianças em famílias de trabalhadores diminuísse cada vez mais. Ann Maria ficou conhecida pelas suas iniciativas dedicadas aos mais desfavorecidos, não só aos trabalhadores, como também aos feridos da Guerra de Secessão.
Nesta senda, também outra mulher – a escritora Julia Ward Howe – desenvolveu iniciativas no sentido de valorizar a mãe e a maternidade, desta feita com a publicação do manifesto ‘Mother’s Day Proclamation’.
Quando Ann Maria morreu, em 9 de maio de 1905, a sua filha Anna Jervis ressentiu-se da perda e, com a ajuda de amigas, decidiu celebrar o amor pela sua mãe e, ao mesmo tempo, ensinar as crianças a valorizar as respetivas progenitoras.
Assim, iniciou uma campanha para que o dia das mães fosse reconhecido a nível nacional, o que aconteceu nove anos após a morte de Ann Maria.
Em maio de 1914, o Congresso dos Estados Unidos aprovou o decreto – Joint Resolution Designating the Second Sunday in May as Mother’s Day – que estabeleceu o segundo domingo de maio como o Dia da Mãe.
Porém, e apesar do esforço em conseguir que o Dia da Mãe fosse reconhecido como uma celebração a nível nacional, Anna Jervis lutou posteriormente para que o dia fosse abolido do calendário devido ao caráter comercial que adquiriu.
O Dia da Mãe em Portugal
Sendo Portugal um país de elevada tradição católica, o Dia da Mãe não era, inicialmente, celebrado em maio, mas sim em dezembro, mais precisamente no dia 8, dia de Nossa Senhora da Conceição, a padroeira do país.
Porém, as aparições de Nossa Senhora aos três pastorinhos – Lúcia, Jacinta e Francisco – na Cova da Iria a 13 de maio de 1917 deram um maior simbolismo ao mês de maio, que passou a ser conhecido como o mês dedicado a Santa Maria, a mãe de Jesus Cristo.
Assim, as autoridades portuguesas decidiram que o Dia da Mãe deixava de estar ligado a Nossa Senhora da Conceição e passava a estar relacionado com Nossa Senhora de Fátima.
Sendo que as aparições ocorreram a 13 de maio, ficou estabelecido que o Dia da Mãe em Portugal seria celebrado no primeiro domingo do mês para não entrar em conflito com as celebrações em Fátima.