Salvador Sobral 'amou por todos nós' e carimbou passaporte para a final

Cantor português garantiu lugar na final e está a tornar-se um caso sério de sucesso. Menos de um ano depois da conquista do Europeu de Futebol em França, portugueses esperam agora pela vitória de Salvador na final de Kiev. O jovem músico fez ainda um apelo pelos refugiados.

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Notícias Ao Minuto
10/05/2017 08:55 ‧ 10/05/2017 por Notícias Ao Minuto

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Eurovisão

Começam a faltar adjetivos para classificar Salvador Sobral. O jovem cantor não se destaca apenas pelas suas músicas ou atuações, a sua popularidade vai além da música e isso nota-se cada vez mais, não só em Portugal mas na Europa também. Depois de no último ano Portugal nem sequer ter participado no Festival da Eurovisão, este ano surge com um dos grandes favoritos. 

Já se sabe que nunca nada está garantido, mas antes da semifinal de ontem, já se esperava que Salvador Sobral fosse bem sucedido. O português cantou, mais uma vez encantou e está na final, onde será um dos grandes favoritos à vitória.

É nos pequenos pormenores, no estilo peculiar e genuíno que Salvador também se destaca. Numa semifinal marcada por várias canções de uma pop dançável e todas em inglês, Salvador foi o único a cantar em português. Não o fez no palco principal, foi antes para um palco secundário, mais próximo do público, para cantar a sua balada ‘Amar Pelos Dois’.

Fez-se silêncio e muitas das pessoas acenderam as lanternas dos telemóveis. A atuação só confirmou o favoritismo do português para passar à final e a ligação que consegue com o público e que ajuda a explicar o sucesso que Salvador Sobral está a ter em Portugal, mas também além-fronteiras, onde é considerado por vários meios de comunicação social e pelas casas de apostas como um dos principais favoritos para vencer a Eurovisão, o que seria inédito para Portugal, cujo melhor resultado foi um 6.º lugar com Lúcia Moniz em 1996.

Mas a personalidade de Salvador não sobressai apenas em palco. Depois da semifinal, na conferência de imprensa, o cantor envergou uma camisola com a inscrição ‘S.O.S Refugiados’, a mensagem era clara: “Estamos numa festa europeia e estamos todos a celebrar, o que é ótimo, estamos a celebrar a música. Mas há coisas que me preocupam e que preocupam muita gente. Se as pessoas tiverem coração, deverão estar preocupadas.” Apelou para que a União Europeia diminua a burocracia nos campos de refugiados: “Estão a pedir certidões de nascimento a pessoas que acabaram de chegar em barcos de plástico. Isso é de loucos.”

E terminou a dizer que “a Europa deveria ajudar a criar caminhos legais e seguros destes países para os países de destino. Se estou aqui e tenho exposição europeia, o mínimo que posso fazer é deixar uma mensagem humanitária.” O público que assistia à conferência de imprensa pareceu concordar com as afirmações de Salvador Sobral, que foi alvo de fortes aplausos.

Nas suas declarações, também se mostrou satisfeito por ver a forma como as pessoas estão a relacionar-se com a sua canção, em português: “É muito bom que as pessoas compreendam a música, a letra, pois prova que a música é uma língua universal. Quando se canta com o coração, as pessoas compreendem.”

Sábado na final da Eurovisão, Salvador vai cantar na primeira parte. O país que respira futebol e que tanto vibrou com a conquista do Europeu vai estar atento ao desempenho do seu participante, com a esperança de um desfecho semelhante: que Salvador Sobral e o seu tema, ‘Amar Pelos Dois’, conquistem a Europa.

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