Pedrógão Grande: "Não existe nenhuma lista secreta", garante ministra

Ministra da Administração Interna diz ainda que “a lista de vítimas consta num processo judicial em segredo de justiça”.

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Pedro Filipe Pina
24/07/2017 12:49 ‧ 24/07/2017 por Pedro Filipe Pina

País

Urbano de Sousa

Constança Urbano de Sousa, ministra da Administração Interna, encontrava-se ao final desta manhã em Oeiras para a apresentação de um relatório sobre imigração e asilo. O tema, no entanto, que marcou as questões de jornalistas à ministra disse respeito ao número de vítimas da tragédia de Pedrógão Grande.

Não existe nenhuma lista secreta, todas as pessoas foram identificadas pelo Instituto de Medicina Legal que faleceram na consequência direta, naturalmente, desse incêndio”, garantiu.

Perante as perguntas que se sucediam sobre o tema, a governante afirmou ainda que “o Governo não mantém nenhuma lista secreta. A lista de vítimas consta num processo judicial em segredo de justiça”.

Recorde-se que a edição de sábado do semanário Expresso apontava o caso de uma vítima mortal que terá falecido após ter sido atropelada e que, como tal, estava fora da lista de 64 vítimas mortais, devido aos critérios.

Os critérios em causa, recorde-se, referem-se à inalação de fumos e queimaduras. Entretanto, nas redes sociais, uma empresária afirma ter ido ao local e ter uma lista própria que refere que os números serão superior.

Sobre a vítima atropelada, diz a ministra que “tal” não pode “ser afirmado com toda a segurança”, referindo-se ao atropelamento propriamente dito, e que a situação “tem a ver com os critérios definidos pelas autoridades competentes”

É preciso saber se há essa divergência”. Neste momento, o Ministério Público terá “todas as vítimas referenciadas no processo que abriu”.

“Durante todo aquele período e no seguinte houve equipas multidisciplinares que estiveram por todas as aldeias, foi batido todo o terreno”, afirmou ainda a ministra.

Já sobre os critérios aplicados para incluir vítimas entre a lista dos da tragédia de Pedrógão, Constança Urbano de Sousa afirma que “os critérios são de natureza muito objetiva. Como é que podemos determinar se há uma vítima de um incêndio? É aquela que sofre uma qualquer lesão em consequência direta desse incêndio”.

O número que temos é de 64 pessoas que faleceram e que constam de uma lista que está com o Ministério Público e que foi devidamente certificada não só pela Polícia Judiciária mas também pelo Instituto de Medicina Legal”, reforçou a governante perante a insistência acrescentando ainda que “não é o Governo que tem a lista, é o Ministério Público, que é independente do Governo”.

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