Resíduos? Municípios e Governo alinhados na preocupação com atrasos

A Associação Nacional de Municípios afirmou hoje que as autarquias e o Governo estão alinhados quanto às necessidades de as câmaras cumprirem metas de tratamento dos resíduos, estimando que brevemente serão apresentadas propostas para ultrapassar a falta de financiamento.

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Lusa
25/02/2025 20:04 ‧ há 3 horas por Lusa

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ANMP

Após um encontro da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) com o secretário de Estado do Ambiente, a presidente da ANMP, Luísa Salgueiro, disse à Lusa que os municípios pretenderam dar conta ao Governo dos resultados de um encontro que promoveu no final de janeiro e que analisou os problemas à volta da gestão dos resíduos.

 

A autarca destacou que "há um grande alinhamento" e uma visão "muito próxima" entre municípios e Governo quanto às necessidades de as câmaras conseguirem cumprir as metas de reciclagem e de tratamento dos resíduos estabelecidas nos planos de ação de resíduos urbanos.

"É claro que há um tema central que tem a ver com as necessidades de financiamento", disse.

Luísa Salgueiro destacou que, atualmente, no âmbito do PT 2030, apenas estão previstos 400 milhões de euros (ME) de investimento, "sendo certo que, no mínimo, as necessidades do setor são num montante de 3.700 milhões".

"É um tema que o sr. secretário de Estado também tem como prioritário. A informação que temos é que está a trabalhar no sentido de apresentar uma proposta", acrescentou.

O recurso a um empréstimo "com garantias do Estado" junto do Banco Europeu de Investimento (BEI) poderá ser uma forma de conseguir as verbas necessárias para este setor.

"A possibilidade é que haja tarifas fixas de energia para reforçar essa garantia e é nisso que o secretário de Estado nos diz que está a trabalhar. E nós temos a expectativa de que as soluções possam ser apresentadas brevemente", afirmou.

Também "em breve" deverão ser apresentadas as conclusões do grupo de trabalho que foi constituído sobre o tema dos resíduos, e que ficou de apresentar, até ao final de janeiro, um plano de emergência para reduzir a deposição de resíduos urbanos em aterros e alcançar as metas previstas no PERSU 2030.

Portugal continua longe de cumprir as metas de redução da produção de resíduos que são depositados em aterros, que estão no seu limite de capacidade.

Devido à situação, há aterros que "provavelmente vão ter a vida prolongada com o alargamento das células ou com a criação de novas células", uma solução que "não é a ideal", mas que "terá de ser encarada com realismo" perante a urgência da situação.

Também a partilha de infraestruturas atuais é outra solução que está em cima da mesa.

As metas da União Europeia para a reutilização e reciclagem de resíduos urbanos são de 55% até 2025 e de 65% até 2035, mas a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) tem divulgado dados que deixam Portugal muito longe destas metas.

No encontro da ANMP sobre resíduos, o presidente da APA, José Pimenta Machado, afirmou que o país está em "estado de emergência" porque os aterros nacionais estão atualmente apenas com 14% de capacidade, quando 59% dos resíduos produzidos ainda têm como destino estas infraestruturas.

Pimenta Machado revelou também que, dos 35 aterros, só 13 é que têm capacidade acima de 20% e em alguns deles a "capacidade é inferior a dois dígitos".

Devido ao atraso no cumprimento das metas, no final de novembro o Governo criou o Grupo de Trabalho para os Resíduos para encontrar soluções que ajudem a reduzir a deposição de resíduos urbanos em aterros, apresentando um plano de emergência "que atenda ao esgotamento previsível dos aterros nos próximos anos e, a médio prazo, de identificar as situações relativas a ampliações e ou criação de novas infraestruturas de tratamento de resíduos".

Leia Também: Crianças exploram como reciclar em experiência tecnológica

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