Nos últimos dez anos, o ensino público perdeu cerca de 117 mil alunos e ganhou mais de 9 mil docentes, com o rácio de alunos/docente a baixar de 11 para 10. A conclusão é de um estudo do EDULOG, um 'think tank' da Educação da Fundação Belmiro de Azevedo, publicado esta terça-feira.
O estudo 'Necessidades de Professores: deficit ou ineficiência na gestão da oferta de ensino?', da autoria do ex-ministro da Educação David Justino, aponta que a falta de professores está associada a uma "ineficiência na gestão dos recursos humanos" e considera que "a gestão da rede de ofertas escolares deveria merecer uma atenção redobrada por parte da administração educativa".
A análise mostra que cerca de 40% das escolas têm menos de 15 alunos e 26% têm menos de 10 alunos, resultado de uma má gestão da rede de oferta, aliada a uma falta de critério na afetação dos alunos às turmas assim como um excesso de oferta de ensino face à escassez de alunos existente.
O estudo recomenda alterações à carga horária, com a recuperação generalizada das aulas de 50 minutos e destaca que "por cada dez mil professores obtêm-se 181 horários completos pela acumulação dos restos".
Para além disso, a análise propõe aumentar de forma ligeira o calendário escolar "permitindo começar um pouco mais cedo e terminar um pouco mais tarde" de forma a diminuir a carga horária e ainda aliviar algumas horas semanais das disciplinas "cuja soma ultrapasse as 25 horas obrigatórias".
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