Moção "definiu posição" da AR: "Não quer problemas com Governo"

Presidente lembrou eleições que se aproximam e que Parlamento não quer "fator adicional de instabilidade" ao chumbar a moção do Chega ao Governo de Montenegro.

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© Ueslei Marcelino/Reuters

Carmen Guilherme com Lusa
25/02/2025 13:49 ‧ há 3 horas por Carmen Guilherme com Lusa

País

Presidente da República

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recusou, esta terça-feira, pronunciar-se sobre os mais recentes casos que atingiram vários membros do Governo, incluindo o primeiro-ministro, Luís Montenegro, sobre participações em empresas, no entanto, reiterou que a Assembleia da República "definiu uma posição politica fundamental" ao chumbar a moção de censura apresentada pelo Chega ao Governo: "Não quer que haja neste momento crise política"

 

"Acho que não me devo pronunciar sobre isso. Cada um tem as suas opções diferentes", começou por dizer o chefe de Estado, em declarações aos jornalistas em Belém, referindo que dar a sua opinião "seria uma forma de entrar naquilo que está a ser debatido no Parlamento, na sociedade portuguesa e na comunicação social".

"Há, hoje, um escrutínio público muito, muito mais apertado, muito mais intenso, em que as pessoas acham que a transparência implica, de facto, levar a esclarecimento público tudo o que tem a ver com a vida económica e financeira, mesmo passada, daqueles que exercem agora poder político", acrescentou.

Para Marcelo, "é muito difícil" que o "aumento" desse escrutínio "deixe de existir nos próximos tempos", mas que este é um controlo "bom para a democracia"

Perante a insistência dos jornalistas sobre os casos que atingiram vários governantes, designadamente negócios no ramo imobiliário e potenciais interesses na revisão da chamada lei dos solos, o Presidente reiterou: "A Assembleia da República, pelo seu voto da moção de censura, definiu uma posição política fundamental: não quer que haja, neste momento, crise política, não quer que haja problemas com o Governo, quer garantir a estabilidade. Foi o sentido desse voto e que isso faz sentido atendendo que temos eleições locais ao virar da esquina, daqui a 5 meses e meio, e, logo a seguir, presidenciais, e as duas pré-campanhas já começaram".

"Não querem que haja um fator adicional de instabilidade", reforçou. 

O Presidente da República referia-se à moção de censura apresentada pelo Chega, intitulada 'Pelo fim de um Governo sem integridade, liderado por um primeiro-ministro sob suspeita grave', com origem na situação da empresa da qual Luís Montenegro foi sócio até junho de 2022 e que agora pertence à mulher e aos filhos de ambos, e que foi chumbada na sexta-feira.

Marcelo questiona eficácia da lei dos solos em ano de Autárquicas

Antes, o Presidente da República questionou a eficácia da chamada lei dos solos em ano de eleições autárquicas, referindo que "o diploma deixa a decisão na mão das autarquias" e que "a ocasião não é fácil" para os autarcas a aplicarem.

Marcelo referiu que tem refletido sobre "um fator de que ninguém tem falado ultimamente" a propósito do decreto-lei que alterou o Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial, a chamada lei dos solos, que promulgou no fim do ano passado.

Segundo o chefe de Estado, relativamente a esta lei "não se pensou ainda numa pequena questão que é a seguinte: o diploma deixa a decisão nas mãos das autarquias, não é o Governo que tem a decisão fundamental, são as autarquias, concretamente as assembleias municipais".

"E o que eu tenho pensado é o seguinte, e tenho pensado porque vários autarcas me têm falado nisso: qual é a posição dos autarcas, num ano eleitoral, de serem chamados a decidir sobre essa matéria?", expôs.

Marcelo Rebelo de Sousa questionou "quem é o autarca que se sente muito à vontade para tomar decisões sobre a utilização dos solos, na sua autarquia, no município, na assembleia municipal, a meses da realização de eleições autárquicas"

O Presidente da República repetiu que vários autarcas lhe têm falado neste assunto, referindo que "a ocasião não é fácil" para tomarem decisões, "neste contexto, a esta distância das autárquicas".

"Tem a ver, no fundo, com a eficácia ou não da alteração legislativa, no momento em que, verdadeiramente, o tema que vai estar em cima da mesa vão ser as eleições autárquicas", considerou.

O chefe de Estado argumentou que "nas eleições autárquicas vai haver, naturalmente, um escrutínio, quer dizer, um controle muito apertado, de todas as decisões, nomeadamente aquelas que dizem respeito à matéria urbanística e que têm um efeito económico e social muito grande". 

Interrogado se isso aconselha a revogar a lei, Marcelo Rebelo de Sousa completou: "Não. Estou a dizer qual é uma dificuldade que se coloca neste momento, neste período, até as eleições autárquicas".

Marcelo questiona eficácia da lei dos solos em ano de Autárquicas

Marcelo questiona eficácia da lei dos solos em ano de Autárquicas

O Presidente da República questionou hoje a eficácia da chamada lei dos solos em ano de eleições autárquicas, referindo que "o diploma deixa a decisão na mão das autarquias" e que "a ocasião não é fácil" para os autarcas a aplicarem.

Lusa | 15:24 - 25/02/2025

[Notícia atualizada às 15h29]

Leia Também: Marcelo "condena inequivocamente a guerra injusta e ilegal da Rússia"

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