"Quando se está a discutir um plano de paz, primeiro concretiza-se o plano de paz, e depois, em função desse plano, a necessidade de avaliar ou não o envio de tropas se nisso formos solicitados e estabelecido um conjunto de condições que para já não puderam sequer ser discutidas. Portanto, vamos tratar do plano de paz e depois, concretizado o plano que todos nós desejamos, então ponderar a eventual necessidade da participação militar, onde seja, sempre no contexto dos nossos aliados", afirmou Nuno Melo.
O governante falava na comissão parlamentar de Defesa, na Assembleia da República, quando questionado pelo deputado do PS Luís Dias sobre o eventual envio de tropas ocidentais de manutenção de paz para território ucraniano, hipótese que voltou a ser levantada nos últimos dias.
O socialista perguntou ainda ao ministro se, face à mudança do posicionamento diplomático dos Estados Unidos da América (EUA), em relação ao conflito na Ucrânia e à União Europeia, ainda considera este país um aliado.
Nuno Melo acusou o deputado do PS de "confundir um Estado aliado, importante e amigo com uma determinada administração num momento concreto".
"A minha preocupação está não na agressividade em relação à administração do país amigo e aliado, mas sim em contribuir para a preservação do vínculo transatlântico, mantendo os Estados Unidos dentro e empenhados e motivados e não criando razões para um afastamento ainda maior", salientou o governante centrista.
O ministro da Defesa, também presidente do CDS-PP, defendeu, contudo, que o atual contexto internacional demonstra a necessidade de "reforçar ainda mais o pilar europeu da NATO".
"Nós devemos ter os norte-americanos como parceiros e não apenas como chapéu protetor, que depois torna menos necessário o investimento na Defesa, como vem sucedendo ao longo de muitos anos e também em Portugal", realçou.
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