O Ministério Público (MP) confirmou, esta terça-feira, que reabriu um inquérito que tinha sido arquivado em outubro do ano passado por indícios da prática dos crimes de ofensa à integridade física e omissão de auxílio, na sequência das declarações de Tiago Grila, influencer que alegadamente confessou, num podcast, um atropelamento seguido de fuga na Amadora.
Em resposta a um pedido de informação do Notícias ao Minuto, fonte da Procuradoria-Geral da República referiu que, há cerca de um ano, tinha sido instaurado um inquérito "que teve origem numa denúncia da vítima, por indícios da prática dos crimes de ofensa à integridade física e omissão de auxílio".
No entanto, este inquérito tinha sido arquivado em outubro de 2024, depois de as diligências realizadas no âmbito da investigação não permitirem "identificar o possível suspeito".
"Perante os novos factos vindos a público, o Ministério Público decidiu reabrir o processo com vista a analisar eventual prática de um crime", confirmou a mesma fonte.
Recorde-se que tudo começou depois de, num episódio do 'Podcast do Mestre', conduzido por Bruno Dias Mestre, o influencer Tiago Grila ter confessado que tinha atropelado uma pessoa, colocando-se depois em fuga. "Estou a falar a sério. Vinha numa subida, ali na Amadora. Não vi, ia agarrado ao telemóvel, ouço um estoiro e partiu o vidro", contou Grila.
Posteriormente, a SIC avançou que o atropelamento mencionado por Grila tinha acontecido no dia 17 de janeiro de 2024, numa passadeira na Avenida D. José I, na Amadora, e que a vítima, uma mulher, perdeu os sentidos e sofreu várias mazelas.
A confissão, recorde-se, fez com que a Polícia de Segurança Pública (PSP) denunciasse o crime ao Ministério Público.
Depois de o caso ser noticiado, o influencer já havia declarado estar "surpreendido" com a notícia", na qual foi "associado, incorretamente, a um suposto atropelamento que ocorreu no ano passado". "Quero deixar claro que essa associação à minha pessoa é completamente falsa e descabida", escreveu nas redes sociais. Mais recentemente, veio mesmo alegar que tudo se tratou de uma estratégia de "marketing".
Marina Braga, mulher que se identifica como a vítima do atropelamento, que ocorreu junto do Bingo da Amadora, contou à SIC que ao ouvir as declarações do influencer, no referido podcast, reconheceu a situação. "Revi o acidente todo que tinha passado naquele momento", recordou, descrevendo depois que, nessa noite, partiu o braço, levou "pontos na cabeça" e partiu também os dentes da frente, que "ainda tem por arranjar".
"Isto foi uma coisa grave que me deixou limitada para a minha vida. Estou há um ano parada, sem poder trabalhar. Fiquei em estado grave. Não foi um toquezinho como ele diz", completou.
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