Os advogados encarregados da defesa de José Sócrates reagiram, através de comunicado, à reportagem que fez capa da Sábado esta quinta-feira. A investigação da revista avança que o ex-primeiro-ministro português foi questionado, no âmbito da Operação Marquês, sobre possíveis compras de cocaína feitas pelo próprio ou em seu nome.
João Araújo e Pedro Delille apelidam a investigação de “exercício degradante de maledicência e de bisbilhotice”, afirmando que nela constam a “violação comadreira da reserva da vida privada, a difamação, a insinuação soez, a mentira desbragada e reles”.
No entender dos dois causídicos, o processo que decorre do inquérito Operação Marquês e que visa o seu cliente é “uma perseguição pessoal viciosa visando a destruição da imagem pública de um cidadão”.
Voltando a criticar a demora da divulgação da decisão relativamente ao inquérito – cujo prazo de conclusão ficou marcado para 20 de novembro próximo -, a defesa de José Sócrates acusa o Ministério Público de “permitir e de incitar à continuidade da campanha de difamação empreendida e levada a cabo a coberto da total impunidade proporcionada aos seus autores”.
“Sem conseguir acusar, sem coragem para arquivar, o Ministério Público transfere para as Sábados desta vida o encargo da injúria e da difamação. E o resultado disto tudo é um processo que envergonha a justiça e agrava a suspeição que paira quanto à isenção e às intenções do Ministério Público”, termina o comunicado.