Porto tem projeto que visa evitar "colapso do mercado de trabalho"
O Instituto Politécnico do Porto (IPP) vai integrar a partir de janeiro um projeto internacional que visa, em dois anos, encontrar soluções que permitam contrariar a substituição de pessoas por robots no mercado de trabalho, foi hoje anunciado.
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País Politécnicos
Em comunicado, o IPP afirma que este projeto, denominado "Universities of the Future" e liderado pela Porto Design Factory, é uma parceria que conta com a Universidade de Aalto, na Finlândia, a Universidade Tecnológica, de Varsóvia, e mais dez parceiros empresariais e públicos da Polónia, Finlândia e Espanha.
A "Porto Design Factory dispõe de dois anos para entender a mudança iminente que está a acontecer no mundo laboral, despoletado pela industria 4.0 -- a substituição de pessoas por máquinas/robôs -- e procurar evitar o colapso do mercado de trabalho, através da criação de programas ativos de requalificação profissional de quadros e da redefinição e reorientação dos programas educativos no ensino superior, de acordo com o que o mercado de trabalho exige", explica.
Segundo o IPP, a "Universities of the Future", que conta com um financiamento de cerca de um milhão de euros, através do Programa Erasmus Knowledge Alliances, "fará uma introspeção e autocrítica ao sistema de ensino atual, de forma a detetar as lacunas existentes na oferta educativa de ensino superior, desenvolvendo novas abordagens inovadoras e multidisciplinares para o ensino e a aprendizagem".
"O objetivo é estimular o empreendedorismo e as 'skills' empresariais das equipas docentes do ensino superior e das equipas de trabalho das empresas, facilitando a troca, fluxo e co-criação de conhecimento", acrescenta.
Esta preocupação, sublinha o IPP, "vai de encontro a recentes relatórios do Fórum Económico Mundial, que preveem a extinção de cinco milhões de postos de trabalho, nos próximos cinco anos, por redundância de funções, pela transformação das profissões e dos tipos de trabalho numa cultura digital".
Para o IPP, há que redesenhar e reorientar, a médio e longo prazo, os programas educativos no ensino superior, ajustando licenciaturas e mestrados ao mercado de trabalho.
"Num momento em que sabemos que 65% das crianças que entram este ano na escola quando terminarem o seu ciclo formativo vão exercer funções que hoje ainda nem sequer existem, percebemos os desafios de mudança que o sistema educativo e, em particular, o ensino superior enfrentam", conclui o IPP.
Em Portugal, além do IPP, são também parceiros a IKEA Industry, a Agência Nacional de Inovação, a Inova+ e a Junta Digital.
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