Convocado pela Associação Distrital de Agricultores de Coimbra (ADACO), com o apoio da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e do Movimento de Apoio às Vítimas dos Incêndios de Midões (MAAVIM), o protesto incluiu a entrega de um caderno de reivindicações, através do qual reclamam o aumento das ajudas simplificadas de 5.000 para 10.000 euros.
"Queremos manifestar o nosso desagrado pela insuficiência das medidas tomadas pelo Governo, que têm sido tomadas a conta-gotas e que não vêm ao encontro dos imensos prejuízos que afetaram muita gente", disse Isménio Oliveira, da ADACO.
Segundo o dirigente, o Governo começou por atribuir um "apoio ridículo de 1.053 euros" nas candidaturas simplificadas "e só porque as organizações e os agricultores contestaram é que passaram para 5.000 euros".
Valor que mesmo assim, refere Isménio Oliveira, "não é suficiente" para acudir aos agricultores que tenham perdido "um trator, umas oliveiras, um pequeno armazém ou animais para consumo familiar".
"Muitos dos pequenos agricultores têm prejuízos entre os 5.000 e os 10.000 euros, sendo da mais elementar justiça que, para enquadrar muitos dos afetados, a ajuda simplificada (pagamentos a 100%) deva ir até aos 10.000 euros", lê-se no caderno de reivindicações entregue na Direção Regional de Agricultura do Centro e que vai ser enviado ao primeiro-ministro, ministro da Agricultura e Comissão de Agricultura e Mar.
O documento defende também que os prejuízos entre 10.000 e 120.000 euros devem ter um apoio a fundo perdido de 85% e de 70% a partir de 120.000 euros.
O caderno reivindicativo propõe ainda que o prazo para a entrega das candidaturas simplificadas deve ser estendido até 15 de dezembro e não até ao final deste mês, conforme está estipulado pelo Governo.
Para João Dinis, da CNA, o Governo e o ministério da agricultura estão a esquecer-se da floresta.
"Dá a impressão que o ministério quer que a natureza venha resolver o problema de milhares e milhares de hectares de floresta queimada, que é um prejuízo brutal", sublinhou aos jornalistas.
"Nós estamos a reclamar, por exemplo, a criação e gestão pelo Governo, em colaboração com as autarquias, de numerosos parques de receção de madeira queimada, que garanta um preço minimamente reparador aos pequenos e médios produtores florestais", acrescentou.
O caderno reivindicativo defende ainda que o Governo deve financiar "a 100% qualquer proprietário que queira limpar as suas florestas ardidas, sob pena de em menos de quatro ou cinco anos os resíduos florestais serem em tamanha quantidade que poderão proporcionar a ignição de incêndios ainda de maior proporção".
Caso as suas reivindicações não sejam aceites, agricultores e produtores florestais prometem mobilizar o povo em ações de protesto de maior dimensão "onde for preciso".