À margem da sua tomada de posse enquanto presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), que hoje decorreu no Salão Nobre da Assembleia da República, David Justino, que é consultor do Presidente da República, Cavaco Silva, e foi o observador da presidência nas negociações partidárias para um acordo de salvação nacional, afirmou-se convencido de que "o futuro vai demonstrar" a possibilidade de se chegar a um compromisso.
"Sei [porque não foi possível os partidos entenderem-se sobre o futuro], mas não o posso dizer, porque a informação é dada ao Presidente da República. Julgo que, muitas vezes ao contrário do que se nota no debate político, há muito mais pontos comuns do que aqueles que sugerem a divergência. O problema são as estratégias políticas e opções em cima da mesa", afirmou Justino.
"Aí não se pode fazer nada. Têm que ser os partidos a escolher a melhor opção, e estou plenamente convencido de que todos querem escolher a melhor opção para o país", acrescentou.
Justino sublinhou que o ambiente de crise é pouco favorável ao desenvolvimento de uma "cultura de compromisso", apesar de ser em tempo de crise que ela é mais necessária.
"Devo confessar que -- embora não tenha estados de espírito em relação a este assunto -- como cidadão entendia que era bom que se pudesse chegar a esse compromisso. Agora há uma coisa que foi feita, ficaram identificados os pontos, o trabalho não foi deitado fora. Vamos ver o que o futuro nos deixa", concluiu.
Apesar de ter assumido hoje novas funções enquanto presidente do CNE, David Justino vai acumular o cargo de consultor da presidência da República, por entender que não existe qualquer incompatibilidade legal que o impeça.