Nuno Artur Silva: "Tenho os inimigos certos. Que mais posso desejar?"

Depois do Conselho Geral Independente (CGI) ter cessado as funções de Nuno Artur Silva no Conselho de Administração da RTP, o produtor recorreu às redes sociais para agradecer o apoio que está a receber do público, ao mesmo tempo que está a ser alvo “de uma campanha difamatória reles, miserável, sem escrúpulos, lançada precisamente neste momento com o intuito de impedir a minha continuidade na administração da RTP”, disse.

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Liliana Lopes Monteiro
01/02/2018 20:26 ‧ 01/02/2018 por Liliana Lopes Monteiro

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RTP

Os comentários de Nuno Artur Silva no seu perfil de Facebook chegam depois da decisão do CGI reconduzir Gonçalo Reis na presidência da RTP e de cessar as funções dos restantes dois membros, do produtor e de Cristina Vaz Tomé, segundo um comunicado divulgado no dia 25 de janeiro.

O produtor não se refere diretamente à decisão que pôs fim às suas funções na estação, mas sim às consequências. Na mesma mensagem em que agradece “as dezenas e dezenas e dezenas de mensagens que por todos os meios” tem “recebido de amigos, conhecidos, desconhecidos”. O fundador e proprietário da Produções Fictícias diz ter sido “inundado” por contactos de “ouvintes e espetadores dos canais da RTP”, que “não percebem o que se passou e que estão a gostar cada vez mais desta RTP e a encontrar nela a evidência de serviço público”.

O CGI tinha, aquando da sua nomeação, sugerido que Nuno Artur Silva vendesse a empresa e que as Produções Fictícias não tivessem relação com a estação pública, mas verificou-se que o administrador não o fez e que algumas ficções ou ex-colaboradores das Produções trabalharam para a RTP.

O CGI deliberou que existe um “conflito de interesses entre a sua posição na empresa e os seus interesses patrimoniais privados cuja manutenção não é aceitável”, mas vincou que nestes três anos em funções tal vínculo não foi “lesivo da empresa”. Apesar da decisão que o afasta, o organismo considera-o “responsável, nos últimos três anos, pela reconfiguração estratégica da política de conteúdos da empresa, numa ótica de serviço público de media, tarefa que desempenhou de modo altamente meritório e sucessivamente reconhecido pelas instâncias de escrutínio da empresa”.

No texto que Nuno Artur Silva publicou lê-se ainda: “foram três anos empolgantes em que, com excelentes equipas, pudemos concretizar muito do que acreditávamos que devia ser feito. Agora é tempo de regressar ao meu lugar de sempre: um qualquer sítio onde possa ter ideias, escrever e desenvolver projetos com outras pessoas. Continuarei sempre a fazer o que gosto. Com quem gosto. Tenho os inimigos certos. Que mais posso desejar?”.

O atual Conselho de Administração da RTP termina o mandato em fevereiro.

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