Segundo Adérito Ferreira, que vinha assumindo funções de diretor na Agostinho Nogueira - Construção Civil e que se diz na mesma situação dos restantes trabalhadores, em causa está uma empresa unipessoal da freguesia de Mozelos com mais de 40 anos de atividade regular.
"Estávamos a meio de um Plano Especial de Revitalização, mas no dia 08 de janeiro o patrão deixou de aparecer na empresa e nunca mais o vimos entretanto", contou esse funcionário à Lusa.
E acrescentou: "depois de muitos contactos, soubemos que no dia 18 ele apresentou um pedido de insolvência no Tribunal de Oliveira de Azeméis, mas, como a nós não nos deu justificações nenhumas nem papéis para o desemprego, continuamos na empresa sem nada para fazer e sem poder sair daqui, para não perdermos os nossos direitos".
Referindo que "já para pagamento do salário de dezembro houve dificuldades", só superadas devido à "intervenção de um cliente da empresa" que se revelou compreensivo para com a situação dos trabalhadores, Adérito Ferreira afirma que nesta fase "só está em falta o ordenado de janeiro", mas insiste que a empresa "não tinha falta de trabalho".
Os funcionários evitam entrar em pormenores, mas atribuem os problemas financeiros da firma a alegadas "questões pessoais" do proprietário, que estarão a prejudicar até os seus "outros negócios", nomeadamente no setor dos equipamentos de refrigeração e da panificação.
Adérito Ferreira espera, por isso, que as entidades competentes possam agilizar a situação, de forma a que os trabalhadores não tenham que continuar a cumprir horário na empresa "quando estão sem nada para fazer", acabando por "sujeitar-se de tal maneira ao frio, que uns quantos já ficaram doentes".
"Nestas situações a justiça devia ser mais célere", defendeu. "Ficamos aqui o dia inteiro sem fazer nenhum, sem receber salário e sem poder procurar outra coisa, portanto acho que dá para ver o nosso desespero", indicou.
A Lusa tentou, sem sucesso, contactar a empresa.