"Estamos preocupados com essa diáspora de retorno, que está à procura de refúgio neste cenário de crise conjuntural na Venezuela, pela diáspora luso-venezuelana, profissionais da saúde que merecem uma atenção especial das autoridades portuguesas", disse Carla Dias de Oliveira, nova secretária da associação.
Em declarações à Agência Lusa, à margem da cerimónia de posse da nova direção da Assomeluve, a médico gastrenterologista, explicou que "muitos deles, altamente qualificados, estão a ser recebidos por outros países" porque ao chegar a Portugal encontram entraves para exercer a sua profissão.
A secretária da Assomeluve considera que Portugal só tem a ganhar se ajudar estes lusodescendentes porque "muitos têm credenciais que podem revigorar o sistema de saúde português, as universidades, enriquecer a investigação e os projetos científicos e tecnológicos em todas as especialidades".
"Somos uma realidade, um recurso humano no qual Portugal, só investiu apenas na genética. Os anos de preparação académica e formação profissional desta diáspora, que toca às portas de Portugal, não custaram nada ao Estado Português", frisou.
Carla Dias de Oliveira disse que na Assomeluve vê com "muita tristeza e preocupação, as histórias de vários colegas médicos" que se queixam de "deslocação forçada, discriminação, exigências e regras muitas vezes lentas e inflexíveis".
A Assomeluve foi fundada em 2003 e dela fazem parte 300 médicos de diversas especialidades. Mais de 24.000 médicos abandonaram a Venezuela nos últimos anos, dos quais pelo menos uma centena deles de origem português.