À margem do seminário "A voz no silêncio do mau trato", integrado no programa da 8.ª Campanha de Prevenção de Maus Tratos a Crianças e Jovens, Joana Marques Vidal apontou o envolvimento na iniciativa de várias entidades, como escolas, câmaras, saúde, tribunais ou Ministério Público.
"Isso é muito importante, este alerta de toda a gente e o trabalho em conjunto para realmente se conseguir lutar contra os maus-tratos infantis", afirmou aos jornalistas Joana Marques Vidal.
Questionada se ainda falta muito para o país alcançar estatísticas mais positivas nesta matéria, a procuradora-geral da República admitiu que o Ministério Público nunca está satisfeito com o caminho que vai percorrendo.
"Hoje estamos, sem dúvida, muito melhor do que estávamos há uns anos, mas a consciência das pessoas e a consciência da sociedade, dos cidadãos e das próprias crianças face aos direitos da criança levam-nos sempre a ser mais exigentes", defendeu.
Segundo Joana Marques Vidal, "aquilo que há uns anos não era considerado maus-tratos hoje é considerado mau-trato, porque há uma evolução no pensamento e na reflexão sobre os direitos das crianças".
"Penso que, como a exigência vai aumentando, nós vamos continuar a falar das crianças. O grande desejo é que se deixe de falar nos maus-tratos e se comece a falar na consagração e na concretização dos direitos das crianças nas suas diversas vertentes", acrescentou.
