"Não foi o fim da austeridade que gerou crescimento, mas sim o contrário"

"Foi a retoma iniciada anteriormente na economia e no emprego que proporcionou as condições orçamentais para desativar os cortes nos rendimentos e nas prestações sociais", considera Vital Moreira.

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Pedro Filipe Pina
06/05/2018 12:57 ‧ 06/05/2018 por Pedro Filipe Pina

Política

Vital Moreira

Um texto recente do socialista Pedro Nuno Santos para o Público serve de mote para uma análise de Vital Moreira ao Governo PS e a à dita 'geringonça'.

Vital Moreira, antigo cabeça de lista do PS às Europeias de 2009, e que não se encontra entre os adeptos da chamada 'geringonça', opta por pôr alguma 'água na fervura' sobre o tema.

Escreve Vital Moreira no blogue Causa Nossa que "não foi o fim da austeridade que gerou crescimento, mas sim o contrário". Na verdade, acrescenta, terá sido "a retoma iniciada anteriormente na economia e no emprego que proporcionou as condições orçamentais para desativar os cortes nos rendimentos e nas prestações sociais".

Vital Moreira discorda ainda de Pedro Nuno Santos, que realçou que o facto de o PS ter conseguido apoio parlamentar à Esquerda também contribuiu para que o PS português não tivesse o mesmo destino de outros partidos da mesma família política europeia.

"A meu ver, o PS salvou-se do desastre que atingiu outros partidos social-democratas muito antes, quando, mercê do derrube do seu Governo em 2011 por uma coligação da Direita e dos agora parceiros da Geringonça, foi dispensado de gerir o penoso programa de assistência externa, tendo voltado ao Governo quando o 'trabalho sujo' já tinha sido concluído pela direita", considera Vital Moreira.

"Tivesse sido o PS a gerir o programa de austeridade", acrescenta ainda, "e teria sido punido nas urnas tão severamente como o foram outros partidos socialistas que não tiveram a mesma fortuna".

O jurista diz ainda que "a Geringonça revelou-se sobretudo uma solução conjuntural, limitada ao tempo das 'vacas gordas económicas', enquanto o excedente orçamental permite pagar os elevados custos da política de rendimentos imposta pelos parceiros no acordo, sem impossibilitar a política de consolidação orçamental", pode ler-se

 

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