“Sou contra aproveitamento político, aquando de uma catástrofe com estas dimensões”, começa por dizer o fundador do Clube dos Pensadores, Joaquim Jorge, num artigo de opinião sobre a tragédia dos incêndios, enviado esta quinta-feira ao Notícias ao Minuto, onde critica duramente os "especialistas" que têm apontado ao dedo ao Governo durante os fogos que assombram Monchique há sete dias.
Para o também biólogo, durante um incêndio destas proporções, “deve haver um período de nojo”.
“A arder tanta floresta, sinto que morre um pouco de mim e de nós portugueses. É de bom tom, quando alguém está doente ou a morrer, não se dizer mal dessa pessoa, apesar de ela ter defeitos, e ter tido atitudes e comportamentos reprováveis”, frisa, considerando que “os ataques ao Governo devem ficar para mais tarde".
Além disso, para Joaquim Jorge, os incêndios florestais não são uma situação de agora e não são apenas da responsabilidade do atual Governo.
"Os incêndios em Portugal viraram drama nacional. Tudo isto se deve a anos e anos de vivermos ao deus-dará, sem prevenção, falta de civismo e determinação sobre os criminosos", acusa.
O biólogo afirma ainda que “nenhum Governo está livre de lidar com tanta desolação e tanta desgraça” e prevê que o tema central, nas próximas eleições legislativas, além da dívida pública, será "a preservação da floresta portuguesa e o seu redimensionamento".
Joaquim Jorge aproveita ainda para dar uma palavra de agradecimento aos operacionais que combatem os incêndios.
“Neste momento de tragédia um enorme OBRIGADO aos bombeiros em Monchique e por todo o país”, remata.