"O Bloco, de disparate em disparate, cada vez se enterra mais"
Luís Marques Mendes assegurou, este domingo, que tanto o Bloco de Esquerda como o PSD deram um "tiro no pé" com a proposta da penalização fiscal no setor imobiliário.
© Global Imagens
Política Marques Mendes
Luís Marques Mendes não tem dúvidas. A proposta do Bloco de Esquerda para travar a especulação imobiliária, que rapidamente foi apelidada de ‘Taxa Robles’, nome do vereador do BE que se demitiu por ter negócios imobiliários em Lisboa, “foi um tiro no pé”. Mais. Um tiro no pé do BE e do PSD, que não rejeitou “liminarmente” a medida, e uma grande vantagem para o PS e para o CDS.
“Acho que foram tiros no pé quer do Bloco de Esquerda quer do PSD. Contudo, a grande questão aqui é que esta foi uma grande semana, do ponto de vista político, para o Partido Socialista e para o CDS-PP. E porquê? Porque o Partido Socialista deu mais um passo no sentido de cumprir o seu objetivo”, disse, este domingo, o social-democrata no seu espaço de comentário de domingo à noite, na SIC.
Para Marques Mendes, a proposta do Bloco de Esquerda assusta a classe média e, com medo de que o BE vá para o Governo no próximo ano, esses eleitores vão votar em António Costa dando-lhe a maioria absoluta, portanto, defendeu o social-democrata, “o Bloco, de disparate em disparate, cada vez se enterra mais.”
Além disso, Marques Mendes não tem dúvidas de que esta proposta não passou de uma “manobra de diversão para [o Bloco] desviar as atenções do grande problema que teve em agosto, do ‘caso Robles’ e, sobretudo, da reação desastrosa que teve a culpa do Bloco de Esquerda na altura”.
Já quanto ao PSD, o comentador da SIC asseverou que Rui Rio “deu um pontapé na coerência” por ter falado de uma mudança de impostos quando sempre defendeu a ideia de estabilidade fiscal.
“Acho que o Rui Rio foi muito precipitado porque ele tem advogado, e muito bem, a ideia de estabilidade fiscal. Não andar permanentemente a mexer nos impostos, tem de haver estabilidade. Deitaram-lhe um microfone à frente, acabou a estabilidade, veio logo advogar uma mudança de impostos”, explicou.
Já em jeito de conclusão, Marques Mendes recomendou a Rui Rio que seja mais ponderado. “Um candidato a primeiro-ministro não deve precipitar-se, deve estudar os assuntos, ouvir os especialistas, falar no seu tempo próprio e não no tempo do Bloco de Esquerda ou de qualquer outro partido, em vez de entrar nesta onda de demagogia, de que depois acaba por sair mal porque o eleitorado do PSD fica com os cabelos em pé”, rematou.
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