Governo tem de alterar "posicionamento irredutível" com professores

O Partido Ecologista "Os Verdes" defendeu hoje que o veto do Presidente da República ao diploma que repunha parcialmente o tempo de serviço congelado aos professores demonstra que o Governo tem que "alterar o seu posicionamento irredutível" e negociar.

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Lusa
26/12/2018 21:59 ‧ 26/12/2018 por Lusa

Política

Heloísa Apolónia

 

"Nós consideramos que este veto do Presidente da República vai ao encontro daquelas que têm sido as preocupações manifestadas pelos 'Os Verdes' tendo em conta a posição do Governo, que se tem demonstrado completamente irredutível nas negociações com os sindicatos", disse a deputada Heloísa Apolónia em declarações a agência Lusa.

Heloísa Apolónia salientou que os sindicatos manifestaram abertura para discutir o faseamento da contagem do tempo de serviço e que fizeram várias propostas, mas o governo manteve-se "sempre irredutível".

"Já são várias entidades e órgãos de soberania a ditar um descontentamento relativamente ao posicionamento do Governo e agora só tem uma alternativa, sentar-se à mesa com os sindicatos, mas com vontade de negociar o prazo e o modo da contagem do tempo de serviço", explicou.

A deputada referiu que o processo "não podia terminar desta maneira", salientando que o Governo tem de alterar a sua postura nas negociações.

"Compreendemos que não pode ser feito de um dia para o outro ou de um ano para o outro, mas vamos negociar o modo e prazo para a contabilizar todo esse tempo de serviço. O que se pede ao Governo é que altere o seu posicionamento irredutível, porque não quer sair dos dois anos e nove meses, mas tem de sair, porque está completamente isolado nesta matéria", afirmou.

O Presidente da República vetou hoje o diploma do Governo que prevê a recuperação parcial do tempo de serviço dos professores por entender que a norma incluída pelos partidos no Orçamento do Estado para 2019 obriga a que o diploma "seja objeto de processo negocial".

"Assim sendo, e porque anteriores passos negociais foram dados antes da aludida entrada em vigor, remeto, sem promulgação, nos termos do artigo 136.º, n.º 4 da Constituição, o diploma do Governo que mitiga os efeitos do congelamento ocorrido entre 2011 e 2017 na carreira docente, para que seja dado efetivo cumprimento ao disposto no citado artigo 17.º, a partir do próximo dia 01 de janeiro de 2019", acrescenta Marcelo Rebelo de Sousa.

No Orçamento do Estado para 2019, PSD, CDS-PP, BE, PCP e Os Verdes entenderam-se para aprovar -- com o voto contra do PS - um artigo que força o Governo a retomar as negociações, mas não para incluir no documento as propostas de BE e PCP que estipulavam uma calendarização para a recuperação integral do tempo de serviço dos professores.

O Governo aprovou em 20 de dezembro, em Conselho de Ministros, o decreto-lei que prevê a recuperação de dois anos, nove meses e 18 dias de tempo congelado aos professores (em vez dos mais de nove anos exigidos por esta classe profissional).

A aprovação do decreto-lei aconteceu dois dias após a última reunião negocial entre as dez estruturas sindicais de professores e representantes dos ministérios da Educação e das Finanças, que terminou sem acordo.

 

AJO (SMA) // JMR

Lusa/Fim

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