"António Costa quer um cargo europeu", diz Marques Mendes

O social-democrata acredita que depois de cumprir mais um mandato como primeiro-ministro, se para isso por eleito, António Costa ambicionará um cargo europeu.

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Melissa Lopes
01/09/2019 21:41 ‧ 01/09/2019 por Melissa Lopes

Política

Marques Mendes

Marques Mendes disse este domingo, no seu espaço habitual de comentário na SIC, que, não ambicionando ser candidato presidencial nem nas próximas eleições nem nunca, António Costa quererá um cargo europeu.

“Significa, penso eu, que quer ser primeiro-ministro mais quatro anos, se o povo lhe der votos nesse sentido, e depois quererá um cargo europeu durante oito anos”, afirmou Marques Mendes, comentando a entrevista do secretário-geral do PS à Lusa.

Quanto à parte nacional, Marques Mendes salientou “uma meia novidade”: “Quando dramatiza a ideia de maioria absoluta”.

“Já sabíamos que António Costa quer muito uma maioria absoluta. A entrevista ao Expresso, o discurso na Madeira... Agora dramatizou um pouco mais dizendo que se não houver um resultado forte no PS - leia-se, maioria absoluta - podemos ter uma situação de instabilidade ou de ingovernabilidade como em Espanha”.

Para o comentador, é evidente que “as coisas não são comparáveis”. “Mas percebe-se o argumento da dramatização”, reforçou.

O que, na ótica de Marques Mendes, há de novo este fim de semana em relação a António Costa são as “ajudas que teve do exterior”. Quais? “A primeira ajuda foi o artigo do José Sócrates no Expresso. Aquele artigo parece encomenda. Encomendado não seria melhor. António Costa ganha votos e credibilidade com uma crítica de Sócrates. Primeiro, porque Sócrates é hoje, goste-se ou não, um ativo tóxico”, justificou.

Depois, continuou, o artigo de opinião “até dá jeito” ao primeiro-ministro, na medida em que “Sócrates veio mostrar que estão nas antípodas um do outro”. Mais: “Sócrates nem sequer tem razão na crítica que faz ao primeiro-ministro. Manda a verdade que se diga que ele em entrevista à TVI não criticou a maioria de Sócrates, constatou que os portugueses têm uma impressão menos boa das maiorias absolutas. Ou seja, foi uma ajuda”, concluiu o social-democrata.

A segunda ajuda, referiu, foi a sondagem do JN/TSF que dá o PS, depois de férias, quase com 44%. “Isto é maioria absoluta tranquila. O PS não poderia ter um fim de semana melhor. Melhor era impossível”, rematou. 

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