O deputado do PS António Mendonça Mendes acusou depois o Governo de procurar "manipular números", afirmando que voltou a fazê-lo em relação ao número de alunos sem aulas, numa referência à notícia publicada hoje pelo Expresso que dá conta de uma redução de 90% do número de alunos sem aulas a pelo menos uma disciplina face a 2023.
"Quero dizer de forma clara que este Governo, em sete meses, tem procurado, em relação aos números, ou omitir números ou manipular números em relação à Assembleia da República", afirmou para depois exemplificar com declarações do ministro dos Assuntos Parlamentares e da ministra da Saúde.
Sem detalhar, Mendonça Mendes acrescentou que "essa manipulação é tanto mais grave quanto hoje, por exemplo, na educação, em relação aos números dos alunos sem aulas", alegando que os números divulgadas não correspondem à verdade.
Também a socialista Marina Gonçalves garantiu que haverá "muitas oportunidades de, mais uma vez, desmontar os números" do Governo sobre o número de alunos sem professor, acusando o Governo de apresentar um "engodo aos portugueses e aos deputados".
Hugo Carneiro, deputado do PSD, respondeu afirmando que Mendonça Mendes "está incomodado" com a notícia do Expresso e "arreliado com a realidade que contrasta muito com aquilo que o PS andou a fazer nos últimos anos".
Destacando uma série de propostas de alteração apresentadas pela AD, o social-democrata prosseguiu atirando no sentido das medidas propostas pela oposição referindo que, a nível fiscal, a sua implementação levaria a um défice superior a 5% e caracterizou as intenções da oposição de "verdadeira orgia orçamental".
"Os partidos da oposição propõem-se constituir cerca de 100 grupos de trabalho, estudos, observatórios, sem nenhuma ligação com o Orçamento do Estado", afirmou, para depois criticar várias propostas de alteração do Livre, Chega, Bloco de Esquerda ou PCP.
Hugo Carneiro apelou ainda para que haja "responsabilidade na especialidade" e que não haja coligações entre PS e Chega para "aprovarem o sem número de medidas que colocam em causa o saldo orçamental".
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