"A obtenção da maioria para o PS baixou 5%, passando de 44% para 39%. É a mais profunda alteração do sistema político português desde 1974", sustentou Oliveira e Costa, em declarações à agência Lusa.
De acordo com a tese do diretor da Eurosondagem, a fasquia mais baixa para a maioria absoluta do PS poderá implicar uma reconfiguração partidária à direita.
"Se esta minha tese se confirmar, tal como se confirmaram teses passadas, pode trazer alterações na reconfiguração partidária em Portugal, principalmente à direita", argumentou.
Oliveira e Costa concluiu que, "para além do resultado do partido mais votado, conta ainda mais a diferença face ao segundo partido". "Também é relevante a evolução do sistema partidário português, que oscilou sempre entre quatro partidos (PS, PPD, PCP e CDS) e cinco com o MDP, depois o PRD, e mais tarde o BE", assinalou.
"Agora, passará a seis, com o PAN e, apesar de ser dos mais resilientes da Europa, sempre vai evoluindo", resume, num artigo publicado hoje no Público.
Em relação às legislativas em outubro, Rui Oliveira Costa aponta "um novo quadro".
O politólogo refere que, "segundo a média das sondagens, os outros partidos/brancos e nulos dobram, passando de 6% para 12% e a diferença face ao segundo partido situa-se no mínimo em 15%".
"A luta da direita em 2019 não é ter 116 deputados para governar, mas 78 para impedir a (aliás altamente improvável) hipótese de uma revisão constitucional sem a sua participação", argumentou.
Para Rui Oliveira Costa, "a mudança é profunda".
Nesta conjuntura, adiantou à Lusa, as implicações deverão ser maiores na direita, mas em termos estruturais poderão atingir qualquer partido que se encontre nas mesmas circunstâncias.