"Centeno fica no Governo, se PS ganhar eleições, mas por pouco tempo"

Marques Mendes adiantou este domingo, no seu espaço de comentário semanal na SIC, que o ministro das Finanças deverá continuar no Governo, caso o PS ganhe as eleições, mas não cumprirá o mandato na totalidade.

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Anabela Sousa Dantas
08/09/2019 21:17 ‧ 08/09/2019 por Anabela Sousa Dantas

Política

Marques Mendes

Luís Marques Mendes adiantou que Mário Centeno deverá permanecer como Ministro das Finanças do Governo de António Costa, caso o PS vença as eleições legislativas, a 6 de outubro. A permanência de Centeno na pasta das Finanças, recorde-se, é ainda uma incógnita, não existindo respostas diretas por parte do próprio ou do primeiro-ministro.

"Nas investigações que eu fiz, acho que posso garantir duas certezas: a primeira é que Mário Centeno vai mesmo ficar no Governo, se o PS ganhar as eleições, e a segunda é que vai ficar mas pouco tempo, não será o mandato inteiro", adiantou o comentador, no seu espaço habitual de comentário da SIC, este domingo.

Marques Mendes deixou, porém, uma dúvida. "A dúvida é se vai sair em 2020, quando terminar o mandato no Eurogrupo, para ser governador do Banco de Portugal, ou se ficará até 2021 para um cargo internacional", acrescentou.

O primeiro-ministro, António Costa, indicou em entrevista à SIC que Mário Centeno se quer manter na presidência do Eurogrupo, algo que Marques Mendes não acredita que seja sinal de que se manterá como ministro das Finanças. O antigo secretário de Estado esclarece, aliás, que se "pode estar durante algum tempo no Eurogrupo, por exemplo, até finalizar um mandato, já deixando de ser ministro das Finanças".

O comentador assevera que falta de clareza do Governo sobre este tema está relacionada com as "dúvidas" do governante. "Mário Centeno está cheio de dúvidas. Não sabe se deve ficar no Governo", indicou Marques Mendes, colocando essa indecisão entre a possibilidade de um cargo internacional e a presidência do Banco de Portugal.

"PS tem um objetivo e está a defendê-lo: maioria absoluta"

Marques Mendes teceu ainda alguns comentários sobre os debates e entrevistas dadas pelos líderes partidários ao longo da última semana, defendendo três conclusões essenciais: "PS apostado na maioria absoluta, dois partidos empenhados em impedir a maioria absoluta, e dois outros partidos - oposição - a resistir e a tentarem recuperar".

No entender do social-democrata, o "PS tem um objetivo e está a defendê-lo até ao fim: maioria absoluta", finalidade para a qual conta com "uma grande ajuda, que é a economia". "O reflexo dos sinais negativos da economia lá fora só chegarão aqui mais tarde", afirmou.

No que diz respeito ao PCP e ao Bloco de Esquerda, parceiros do atual Governo, Marques Mendes indicou que estes partidos "são os dois que estão claramente a tentar impedir a maioria absoluta".

Se o PCP, por um lado, "teve uma semana feliz, por causa da festa do Avante", o Bloco, por outro, nem por isso, refletiu o comentador. "O Bloco de Esquerda não foi nada feliz esta semana. Sobretudo no debate que Catarina Martins teve com António Costa. António Costa ganhou esse debate", indicou.

Marques Mendes reforçou que o líder socialista "conseguiu colar Catarina Martins a uma imagem de irrealismo e de irresponsabilidade" e a líder bloquista "não conseguiu desmontar isso". "Ela é que tinha que atacar, tinha que lhe dizer, cara a cara, todos os malefícios de uma maioria absoluta. Não fez dessa matéria um tema central, perdeu uma oportunidade e perdeu o debate", concluiu.

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