Chega ataca dimensão do Executivo e refere interrogatório a Sócrates

O deputado único do Chega, André Ventura, atacou hoje a dimensão do Governo e o programa de "entretenimento", numa primeira intervenção onde se referiu ao interrogatório judicial do antigo primeiro-ministro socialista José Sócrates.

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Lusa
30/10/2019 13:16 ‧ 30/10/2019 por Lusa

Política

Governo

Na sua 'estreia' ao intervir na Assembleia da República, André Ventura começou por recorrer à ironia, saudando o primeiro-ministro, António Costa, por ter "um dos maiores governos do mundo e da Europa" e ao classificar o programa do Governo como "mais um programa de entretenimento".

O deputado, que tinha apenas 2:30 minutos para intervir mas que se estendeu por mais um minuto (que lhe será retirado do tempo restante para o debate), questionou, de forma telegráfica, António Costa sobre vários temas, começando pelo alerta do Tribunal de Contas sobre a insustentabilidade da ADSE, mas logo saltou para a corrupção.

"Hoje é um dia especial. Um dia em que um ex-primeiro-ministro socialista está a ser ouvido sobre corrupção, o que traz este programa sobre corrupção? Absolutamente nada", apontou em seguida, desafiando Costa a explicar se irá trazer propostas sobre o enriquecimento ilícito ou um regime de incompatibilidades vitalícias entre membros do Governo e empresas que negociaram com o Estado.

Na área da segurança interna, o deputado único do Chega desafiou o primeiro-ministro a esclarecer "onde estão as medidas para combater as esquadras fechadas" ou "os suicídios nas forças policiais".

"Estamos preocupados em aumentar a idade das touradas e não com o aumento da idade da mudança de sexo", criticou.

André Ventura saiu ainda em defesa do líder do PSD, Rui Rio, que trouxe o tema da exploração de lítio ao debate e foi acusado de ter um discurso populista.

"Não foi ele que foi populista, o primeiro-ministro devia era ter vindo lamentar a negociata do lítio em vez de promover a ministro quem promove a negociata", afirmou, referindo-se, de forma indireta, a João Galamba, que apenas passou de secretário de Estado da Energia a secretário de Estado Ajunto e da Energia e não a ministro.

Na resposta, Costa preferiu não responder de forma direta às ironias de André Ventura, limitando-se a elencar, nas várias áreas, as medidas previstas no programa do Governo.

No entanto, sobre o combate à corrupção, Costa respondeu também de forma irónica.

"Espero que enriqueça finalmente o nosso panorama legislativo, já que todo o pacote que existe foi criado quando eu era ministro da Administração Interna. Aguardo que alguém chegue para o enriquecer", afirmou.

O primeiro-ministro disse ainda esperar contar com o voto de André Ventura em medidas previstas no programa do Governo como a duplicação das sanções acessórias para a inibição do exercício de cargos públicos e a criação da sanção acessória de falta de idoneidade para o exercício de funções de gestão e administração de qualquer sociedade para condenados pelo crime de corrupção.

Em matéria de segurança interna, Costa defendeu que Portugal tem não só nova legislação, como um recorde que "deveria orgulhar todos".

"Somos o terceiro país mais seguro em todo o mundo, um fator essencial para a vida dos portugueses e a nossa credibilidade externa", afirmou.

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