O último desta série de debates das eleições legislativas para o porta-voz do Livre, Rui Tavares, e o penúltimo para Inês Sousa Real, do PAN, começou com um desafio: "O que separa os dois partidos?". Inês Sousa Real aproveitou a deixa para partir ao ataque, referindo que o PAN tem sido uma "voz isolada na proteção animal" e que também têm "diferenças" no que toca à energia nuclear.
Em resposta, Rui Tavares lembrou que "é muito mais o que nos une do que o que nos separa", sustentando a crença de que "todos os partidos que são da ecologia devem crescer e, com diferentes vozes, estilos e atitudes procurar alargar o seu perímetro".
Essas semelhanças apontadas pelo Livre verificaram-se em vários dos temas do debate. Na Habitação, ambos criticaram o Governo. Rui Tavares apontou o dedo ao Executivo por não regulamentar a proposta para o fundo de emergência.
"Cem milhões de euros por ano que não estão a ser usados porque o Governo de Luís Montenegro, alertado diversas vezes, não regulamentou esse fundo", defendeu.
Já o PAN vê esta pasta como o "maior falhanço" dos Governo dos últimos anos em Portugal e deixou clara uma divergência com o Livre, que "não concorda com a garantia jovem".
Na Saúde, o Livre quer mais recursos para o SNS, que não pode estar numa "situação que já é de concorrência e não de complementaridade". Uma posição com que o PAN concorda, defendendo uma saúde para todos.
Por fim, em reação ao chumbo, pelo Tribunal Constitucional, de normas na lei da morte medicamente assistida, tornado público enquanto decorria o debate, Rui Tavares destacou a necessidade de respeito pelo Estado de direito "em todas as suas dimensões", ressalvando que "é necessário meditar" sobre a decisão.
Inês Sousa Real, por sua vez, lembrou o "profundo sofrimento em doença irreversível" que estas pessoas enfrentam e lamentou o atraso na adoção das leis que regulam a eutanásia.
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