"Diabolizaram-no, maltrataram, disseram que esta não era a Igreja deles"

O antigo ministro da Saúde acusa "alguns setores políticos" de hipocrisia, ao lamentarem a morte do Papa Francisco.

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Notícias ao Minuto
22/04/2025 09:22 ‧ há 3 horas por Notícias ao Minuto

Política

Adalberto Campos Fernandes

O antigo ministro da Saúde, Adalberto Matos Fernandes, defendeu, na noite de segunda-feira, na CNN Portugal, que Francisco "marcará a história pelo Papa que fez uma reconciliação da Igreja com os seus fiéis e que é capaz de mostrar a Igreja de uma forma diferente".

 

"Teve a preocupação permanente de conciliar a fé, com o compromisso social. Muitas vezes foi acusado, por alguns setores mais conservadores da própria Igreja como um Papa de Esquerda ou que afrontava alguns interesses ou alguns líderes. Reparem na reação fria de Donald Trump à morte do Papa, de Milei, na Argentina. Chegaram até a dizer que era um Papa comunista", lembrou o médico.

Porém, para Adalberto Matos Fernandes, resumidamente, Francisco era "um homem simples, que conciliou a Igreja com os seus próprios fiéis, mas que, sobretudo, a alargou muito e de uma forma surpreendente aos mais jovens. Os jovens gostavam muito deste Papa. Ele falava numa linguagem dos desprendimento. É o primeiro jesuíta Papa na história do papado. E, portanto, é um homem que, de alguma maneira, nos mostrou que é possível ter sentido de Justiça para com os mais pobres, que trouxe as questões do ambiente para cima da mesa, que afrontou os EUA, nomeadamente, nos acordos de Paris".

"Hoje em dia, católicos e não católicos, crentes e não crentes, fiéis ou não fiéis olham para Francisco como o homem que projeta aquilo que cada um de nós – na política, até – gostaríamos ser capazes de dizer e fazer", realçou, lembrando "o aproveitamento hipócrita de alguns setores políticos".

"Diabolizaram-no e não há muito tempo. Maltrataram, que disseram que esta não era a Igreja deles e que agora vêm proclamar num tom, enfim, quase piedoso, tecerem laudas ao seu ministério. O Papa merece-nos respeito, merece-nos consideração e merece, sobretudo, esta ideia que a Igreja é muito mais do que uma ideia de fé, de misticismo, uma ideia de vida e esta ideia de vida deve ser apropriada por todos aqueles que, mais à Esquerda ou mais à Direita encontram na responsabilidade social, na Justiça e nas igualdades o motivo para fazer política", atirou, deixando um apelo.

"Em tempos de campanha eleitoral, como nós estamos, que a política se mantivesse no território da política e que deixasse que o povo apreendesse a mensagem de Francisco de uma forma mais direta e natural e sem esta intermediação feita pela política, nomeadamente, pelos partidos", concluiu.

Leia Também: Vaticano divulga primeiras imagens do Papa no caixão

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