"Não se diferenciando de outras anteriores, suscita problemas que colocam em contradição o discurso e as opções que vêm sendo seguidas" pelo executivo, afirmou, na sede nacional do PCP, em Lisboa, Rui Fernandes, num comentário à mensagem presidencial, a partir da ilha do Corvo, Açores.
O membro da comissão política dos comunistas deu os exemplos do combate à pobreza e à exclusão, na justiça ou na segurança dos portugueses, com os quais Rui Fernandes criticou, implicitamente, o Governo minoritário do PS, chefiado por António Costa.
O combate à pobreza e à excussão, afirmou, "não se faz com medidas assistencialistas", mas sim "com o aumento geral dos salários, das pensões e das reformas e um decidido combate à precariedade".
E uma "justiça credível faz-se com investimento em meios humanos e materiais", assim como a "valorização da juventude e jovens famílias" se faz com "políticas reais de apoio", como a rede de creches.
"Não vemos avanços nestas áreas, mas vemos os milhões que continuam a ser injetados na banca", ou a "valorização dos excedentes orçamentais para outros efeitos que não o investimento", acrescentou.
A poucos dias do debate da proposta do Orçamento do Estado para 2020, no parlamento, Rui Fernandes referiu que os comunistas continuam à espera de respostas às posições do partido.
O apelo feito por Marcelo Rebelo de Sousa, na mensagem de hoje, de que o Governo deve ser dialogante mereceu um comentário breve de Rui Fernandes, ao dizer que o PCP está aberto a essas conversações.
"Estamos abertos ao diálogo, mas o diálogo é útil desde que sirva para alguma coisa, desde que sirva para prosseguir avanços e não para encetar políticas de estagnação ou retrocesso", vincou.
O dirigente comunista deixou uma mensagem de "esperança e confiança", e que "não fica à espera e confia na luta dos trabalhadores e do povo português".
O Presidente da República desejou hoje um 2020 "de esperança", com um "Governo forte, concretizador e dialogante", uma "oposição forte e alternativa" e pediu que se concentrem esforços "na saúde, na segurança, na coesão e inclusão".
Numa mensagem de Ano Novo, a partir da ilha do Corvo, nos Açores, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que, em Portugal, "esperança quer dizer Governo forte, concretizador e dialogante para corresponder à vontade popular que escolheu continuar o mesmo caminho, mas sem maioria absoluta".
A esperança também significa "oposição forte e alternativa ao Governo".
O Presidente pediu que se concentrem esforços em várias prioridades, como a saúde, segurança, coesão e inclusão, conhecimento e investimento.