CDS: "Se as bases quiserem que seja líder, obviamente que me candidato"

No Congresso nacional do CDS-PP, que se realiza a 25 e 26 de janeiro, serão discutidas 12 moções de estratégia global. Uma delas é de Pedro Borges de Lemos, que não descarta uma candidatura à liderança do partido, mas só após a auscultação das bases durante o congresso, disse ao Notícias ao Minuto.

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© Imagem gentilmente cedida por Pedro Borges de Lemos

Anabela Sousa Dantas
07/01/2020 08:30 ‧ 07/01/2020 por Anabela Sousa Dantas

Política

CDSXXI

"Se as bases quiserem que seja eu o líder do partido, se se juntar um grupo suficientemente forte de gente nesse sentido, obviamente que me candidato à liderança". A afirmação pertence a Pedro Borges de Lemos, líder do Movimento CDSXXI, uma corrente interna de opinião não formalizada.

O advogado de profissão responde assim ao repto lançado por alguns dirigentes locais que, num comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, apontam Pedro Borges de Lemos como o melhor candidato à liderança do CDS.

"Somos um grupo de militantes, que tem vindo a ser crítico das estratégias erradas e erráticas que têm vindo a ser tomadas nos últimos tempos", começa por referir o documento assinado por, pelo menos, dez elementos de concelhias nacionais do partido.

Falando num défice de "carisma de liderança", o comunicado sublinha que "o CDS necessita de alguém que desde a primeira hora, contra tudo e contra todos, se mostrou irredutivelmente crítico".

"Estamos a falar de Pedro Borges de Lemos, um verdadeiro líder, que não tem medo de se assumir como alternativa de uma verdadeira Direita, sem as propaladas e estafadas derivações que vamos ouvindo dos candidatos atuais", lê-se na proposta, onde é lançado o "desafio" ao causídico no sentido de se candidatar.

Pedro Borges de Lemos, recorde-se, não apresentou uma candidatura formal à liderança do partido, conforme fizeram os atuais cinco candidatos. O líder do Movimento CDSXXI apresentou, porém, uma das 12 moções de estratégia global que estão planeadas para o congresso. Em termos estatutários, como primeiro subscritor desta moção - 'Portugal Sempre' -, Borges de Lemos pode apresentar-se como candidato durante o congresso, até ao fim dos trabalhos relativos à apresentação das moções, não sendo necessária uma apresentação de candidatura formal antes da reunião do partido, que se realizará no Centro de Congressos de Aveiro.

O militante centrista defende que ainda não é altura de apresentar uma candidatura, mas não exclui essa hipótese. "Neste momento, ainda não considero que reúna todas as condições para me apresentar como candidato à liderança do partido, mas não ponho de parte essa hipótese. Se no congresso eu me aperceber que existe apoio suficiente nesse sentido, não fujo a esse desafio", indicou ao Notícias ao Minuto.

Mais do que uma questão de apoio, refere, é uma questão de "verificar que existe anuência da parte dos congressistas relativamente à possibilidade" de se candidatar. Pedro Borges de Lemos reconhece os subscritores do "desafio" que lhe foi lançado, dizendo que são "pessoas com alguma influência", mas fala em "prudência" e necessidade de "tomar o pulso ao partido".

O 28.º Congresso nacional do CDS-PP realiza-se a 25 e 26 de janeiro para eleger o sucessor de Assunção Cristas. A ex-líder democrata cristã anunciou a sua saída da liderança na noite de 6 de outubro, depois de um dos piores resultados do partido (passou de 18 para cinco deputados). Um resultado que veio impossibilitar a continuação de Cristas, depois de um sufrágio europeu também aquém do esperado (ficou em quinto lugar).

Apresentaram já candidaturas formais João Almeida, deputado e porta-voz do partido, Filipe Lobo d'Ávila, antigo deputado que criou um grupo crítico da ainda liderança, 'Juntos pelo Futuro', Abel Matos Santos, da Tendência Esperança em Movimento (TEM), Carlos Meira, ex-líder da concelhia de Viana do Castelo, e Francisco Rodrigues dos Santos, presidente da Juventude Popular (JP).

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