A horas de fecharem as urnas para as eleições internas do PSD, Alberto João Jardim afirmou, durante a tarde deste sábado, que entregou um pedido de impugnação das eleições para a liderança do partido social-democrata.
"[Este ato eleitoral] vai, em todo o território nacional menos na Região Autónoma da Madeira, traduzir a vontade dos militantes", começou por dizer o ex-presidente do Governo Regional à chegada à sede do PSD no Funchal, em declarações para as televisões nacionais.
Para Alberto João Jardim, "o caderno eleitoral que está aqui a servir de base é ilegal" e que estas eleições são "um episódio lamentável".
"Isto não é um partido a sério. E, portanto, tem de entrar nos eixos. Começou a entrar a nível nacional e agora tem de entrar nos eixos a nível regional", frisou o mandatário regional da candidatura de Rui Rio.
O ex-governante ainda sublinhou que o partido "não pode andar à mercê do dinheiro" e que cada militante tem de "ser responsável pelo pagamento da sua quota".
"Gostaria que [as eleições] não fossem uma aldrabice", concluiu, sugerindo que quem não concorde com a sua decisão o manifeste em tribunal.
A polémica surge devido a uma divergência em matéria de contabilização do número de militantes na Madeira relacionada com o modo de pagamento das quotas. Segundo um regulamento de quotizações aprovado pelo Conselho Nacional do partido em novembro, este só poderá ser feito por multibanco (através de referência aleatória), cheque, vale postal (apenas autorizado para militantes com 60 anos ou mais), débito direto, cartão de crédito ou MB Way. Contudo, a maioria dos militantes na Madeira paga as quotas diretamente na sede, sendo que apenas 104 cumprem os requisitos do novo regulamento.
Num total, cerca de 40 mil militantes do PSD podem votar hoje, até às 20h00, na escolha do próximo presidente social-democrata, menos 30 mil do que há dois anos, numa disputa a três que pode obrigar a uma inédita segunda volta.
O atual líder do PSD, Rui Rio, o antigo líder parlamentar Luís Montenegro e o vice-presidente da Câmara de Cascais Miguel Pinto Luz são os três candidatos que disputam a presidência do partido em eleições diretas. Se nenhum deles obtiver hoje mais de 50% dos votos, a segunda volta realiza-se daqui a uma semana, dia 18, entre os dois candidatos mais votados, o que seria inédito no PSD, apesar de a regra estar nos estatutos desde 2012.