"Face aos contínuos ataques de carácter e referências de índole racista e sexista por parte de deputados e dirigentes partidários da direita, nomeadamente do CDS-PP e do partido de extrema-direita Chega, e que têm como alvo a deputada Joacine Katar Moreira, deputada única representante do partido LIVRE, o LIVRE não pode deixar de repudiar veementemente esses ataques e o uso de uma linguagem depreciativa e difamatória, que perpetua estigmas racistas e sexistas na sociedade portuguesa", escreve esta segunda-feira o Livre através de comunicado.
O partido da papoila saiu em defesa da sua deputada única, com quem tem mantido divergências várias e sobre a qual pende uma decisão de remoção de confiança, atestando que "as divergências políticas não podem dar lugar nunca a manifestações discriminatórias", principalmente por "representantes eleitos para a Assembleia da República e por responsáveis políticos e partidários".
"O LIVRE está e estará sempre na linha da frente no combate a todas as discriminações e repudia as declarações sexistas e deselegantes de Francisco Rodrigues dos Santos e as palavras deploráveis e racistas de André Ventura, deputado da extrema-direita portuguesa", continuam.
O comunicado do partido faz referência direta a dois momentos ocorridos esta terça-feira. O primeiro protagonizado por André Ventura, do partido Chega, que recorreu às redes sociais para sugerir a deportação de Joacine Katar Moreira, na sequência da medida anunciada esta terça-feira relativa à restituição de todo o património das ex-colónias.
André Ventura propõe deportação de uma deputada eleita. pic.twitter.com/1mo8fW6DQE
— Daniel Oliveira (@danielolivalx) January 28, 2020
O segundo momento foi protagonizado pelo novo líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, à saída do encontro do Presidente da República, em Belém. O líder centrista utilizou o nome de Joacine para tecer um paralelo para com coesão dentro do partido. "Aqui não existem Joacines", disse.