"Nós entendemos fundamental que o Governo informe os portugueses de qual o planeamento de gestão desta crise, para que não se dê o alarmismo social que intranquiliza a população e possamos ter à nossa disposição todos os mecanismos médicos preventivos necessários para fazer face a uma crise desta natureza", disse Francisco Rodrigues dos Santos, à margem de uma visita à fábrica Simoldes, em Oliveira de Azeméis, no distrito de Aveiro.
O líder dos centristas considerou que o alarmismo social em torno desta questão ainda apresenta níveis "bastante elevados", defendendo uma "coordenação mais estreita" entre a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, e a ministra da Saúde, Marta Temido, para que "não sejam ventiladas mensagens contraditórias".
Rodrigues dos Santos voltou ainda a propor ao primeiro-ministro, António Costa, a criação de um gabinete de crise para monitorizar e acompanhar esta situação, envolvendo setores estratégicos essenciais, para ajudar os portugueses a lidar com esta epidemia.
O líder do CDS defendeu ainda que o Estado deve colocar à disposição da economia os instrumentos necessários para mitigar as consequências negativas desta epidemia, para não levar ao "colapso" setores essenciais, designadamente de bens e serviços.
Além do setor do turismo, onde se verifica uma quebra entre os 15 e 20%, Rodrigues dos Santos referiu o caso da indústria e das empresas mais expostas aos mercados externos, designadamente na importação de matérias primas, onde diz ser necessário que o Governo apoie a diversificação das cadeias de valor para "suportar os custos adicionais nessas importações".
A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 3.800 mortos.
Cerca de 110 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 62 mil recuperaram.
Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, com 366 mortos e mais de 7.300 contaminados pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.
Para tentar travar a epidemia, o governo de Roma colocou cerca de 16 milhões de pessoas em quarentena no Norte do país, afetando cidades como Milão, Veneza ou Parma.
Portugal regista 30 casos confirmados de infeção, segundo o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgado no domingo.