Em comunicado, o partido dá conta de que vai entregar, "com caráter de urgência, um projeto de resolução no qual recomenda ao Governo que considere o alargamento a todo o país de iniciativas como o projeto Radar, atualmente em prática em Lisboa, com o objetivo de sinalizar população com mais de 65 anos.
O PAN defende "que seja posto em prática a muito curto prazo um projeto que garanta o contacto e apoio de proximidade a todas as pessoas com mais de 65 anos, em particular as que se encontram em condições de isolamento geográfico e social".
Citada no comunicado, a líder parlamentar do PAN assinala que, "neste período particularmente difícil, o Governo deve equacionar seriamente a possibilidade de replicar os trâmites deste tipo de projetos a todo o país, com as devidas adaptações às necessidades específicas da situação" atual, salientando que "entrarão em vigor medidas mais restritivas em matéria de direitos e liberdades dos cidadãos".
O objetivo do partido é que estas pessoas estejam, "não só devidamente informadas e perfeitamente identificadas, bem como as condições em que se encontram".
Os deputados do PAN consideram igualmente que "são precisas respostas de modo a que consigam ver asseguradas as suas necessidades básicas, para mais em face do contexto atual, sem descurarem a sua segurança e saúde".
Assim, os parlamentares instam o Governo a reforçar "as medidas de prevenção e de proteção da população mais vulnerável à Covid-19, como as pessoas idosas, mediante a promoção de medidas que minimizem o impacto do isolamento social".
O grupo parlamentar nota que esta medida é mais premente "após a declaração do estado de emergência", em vigor a partir de hoje.
"O PAN pretende ainda que o Governo rapidamente venha dar nota sobre que medidas estão equacionadas e a ser adotadas no plano de assistência às pessoas idosas no país", acrescenta o comunicado, salientando que "mais do que nunca é importante que esta população saiba identificar as fontes de informação fidedignas e as equipas que possam deslocar-se às suas casas".
Inês Sousa Real advoga igualmente que "o alargamento de medida de proteção social dirigida aos idosos é tão ao mais premente nesta fase particularmente difícil quando o é num futuro não muito distante, dado que todas as projeções estatísticas preveem que, até ao final do século, Portugal seja o Estado da União Europeia com mais pessoas acima dos 65 anos em relação à população em idade ativa, à exceção da Grécia".
Apontando que, "segundo os dados mais recentes da operação Censos Sénior, da GNR, são 41.868 os idosos a viverem sozinhos ou isolados em todo o país", a deputada sublinhou que "em causa estão idosos que vivem sozinhos e/ou isolados ou em situação de vulnerabilidade devido à sua condição física, psicológica ou outra que possa colocar a sua segurança em causa".
"E é relativamente a esta franja da população que, no contexto deste surto e em virtude da declaração do estado de emergência aprovada no parlamento, ganha acrescida urgência a tomada de medidas", defende Inês Sousa Real, vincando que "o Estado e as autarquias locais têm aqui um papel fundamental e o dever especial de proteger estas pessoas".
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 220 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 9.000 morreram.
O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se já por 176 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 785, mais 143 do que na quarta-feira. O número de mortos no país subiu para três.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, decretou o estado de emergência na quarta-feira - aprovado pelo parlamento, depois de parecer favorável do executivo - que prevê a possibilidade de confinamento obrigatório compulsivo dos cidadãos em casa e restrições à circulação na via pública, a não ser que seja justificada.