"Primeiro-ministro quer reparar imagem menos boa do passado"
Luís Marques Mendes teceu elogios ao Governo e em particular a António Costa pela forma como têm gerido a crise causada pela pandemia de Covid-19. Comparando este momento com a crise dos fogos de 2017 em que o Executivo "falhou", o comentador considera que agora o primeiro-ministro "está a mostrar outra sensibilidade".
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Política Covid-19
Depois de ter criticado as medidas económicas tomadas pelo Executivo socialista na semana passada, este domingo Luís Marques Mendes quis "saudar o Governo". "O Governo ouviu as críticas, não só as minhas mas as de muita gente em Portugal. O Governo mudou, corrigiu e melhorou", apontou o social-democrata.
No seu entender, o Governo melhorou, primeiro, no plano do discurso. "Estava a fazer um discurso muito facilitista e a gerar um pouco a ideia e a ilusão que isto era uma crise rápida e fácil". Todavia, o social-democrata entende que o Executivo socialista "melhorou o discurso" e "já fala numa crise que é longa e profunda".
É preciso falar verdade às pessoas, "vamos ter, provavelmente a recessão mais séria da nossa democracia".
"Mesmo que a verdade seja dura e cruel", sublinhou o comentador, "é preferível a verdade à ilusão".
Na opinião de Marques Mendes, o Governo também mudou muito no domínio do 'lay-off', a opção de em caso de necessidade suspender temporariamente os contratos de trabalho. "É certo que foram precisas três versões, várias dicas, mas mudou", realçou, considerando que o modelo é hoje mais simples, mais fácil e mais transparente. Marques Mendes anunciou ainda que o dia 28 de cada mês será o dia em que a Segurança Social fará a transferência para as empresas em 'lay-off'.
Do ponto de vista político, analisou, há "aspetos que devemos considerar muito positivos".
"Por um lado, ao mais alto nível do Estado há uma grande solidariedade institucional", disse, destacando também como "muito positivo" aquilo que está a ser feito a nível partidário. "Claro que todos têm as suas críticas, os seus reparos e as suas propostas, mas os partidos têm dado um grande sinal de maturidade e de responsabilidade política", considerou.
Os elogios de Marques Mendes estenderam-se também ao Governo, "que globalmente tem estado bem" e ao primeiro-ministro em particular.
"Compara-se muito com outras crises no passado em que o Governo não esteve bem, por exemplo nos fogos florestais de 2017. Aí o Governo em grande medida falhou porque desvalorizou, foi insensível e andou a reboque dos acontecimentos. Aqui percebe-se que o primeiro-ministro quer reparar a imagem menos boa do passado e por isso está a liderar as operações, está no terreno, está a mostrar outra sensibilidade", comparou, concluindo que esta forma de gerir é positiva: "É bom para o Governo mas também para o país, incute confiança".
O comentador quis deixar apenas um reparo à linguagem usada, dando como exemplo a entrevista de António Costa à TVI em que o primeiro-ministro aformou "que nada faltou nos hospitais e que nada faltará". "Proclamações tão categóricas desta natureza devem ser evitadas, são um erro", defendeu Marques Mendes.
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