"Não é o estado de emergência" que permite ao Governo "dar as respostas necessárias" para que "não falte material de proteção aos profissionais de saúde ou ventiladores aos doentes ou para reforçar a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS)", afirmou José Luís Ferreira, deputado do PEV, no debate, no parlamento, sobre o prolongamento do estado de exceção.
Enquanto os portugueses "continuarem a olhar com todo o sentido de responsabilidade para as recomendações das autoridades públicas", argumentou o deputado, o Governo "continua a dispor, dentro do quadro legal normal, de todas as condições para que nada falte neste combate".
"Assim era há 15 dias, assim continua a ser", afirmou José Luís Ferreira, do PEV, que vai manter a sua abstenção na votação do estado de emergência, na Assembleia da República.
O que "é imperioso", argumentou ainda, é "prosseguir com as medidas de contenção", que "não se confundem nem se podem confundir com o estado de emergência".
Segundo o deputado dos Verdes, "as medidas mais importantes" no "combate" ao surto do novo coronavírus "foram assumidas fora do estado de emergência, até mesmo antes dele ser decretado", como o encerramento das escolas e o confinamento voluntário dos portugueses.
José Luís Ferreira ironizou com "a natureza solidária da União Europeia, onde, na onda neoliberal que vai imperando na Europa, reina 'o salve-se quem puder'".
"Sim, porque a solidariedade europeia é só conversa fiada. É um 'slogan' publicitário", afirmou.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 905 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 46 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito na quarta-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 187 mortes, mais 27 do que na véspera (+16,9%), e 8.251 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 808 em relação a terça-feira (+10,9%).