No texto, o grupo parlamentar assinala o apelo da ministra às instituições sociais, "pedido que os lares e unidades de cuidados continuados readmitam utentes testados antes da sua alta hospitalar", para que recebam lá os cuidados necessários, passando por uma quarentena de 14 dias.
O objetivo seria reservar o internamento hospitalar para os casos mais graves.
O CDS-PP indica, porém, que "as estruturas residenciais de apoio a idosos, que têm perfil residencial e não de prestação de cuidados de saúde afirmaram não ter condições infraestruturais, nem de recursos humanos, para acolher estes doentes, garantindo-lhes os necessários cuidados de saúde, nem assegurando aos restantes utentes e funcionários, a segurança quanto à inibição de contágio".
O partido salienta a "necessidade de aliviar a pressão hospitalar", mas diz-se "consciente das inúmeras e sérias dificuldades que os lares e unidades de cuidados continuados integrados atravessam".
Por isso, o CDS entende que é "é determinante" que Marta Temido "esclareça se, antes de fazer este apelo, acautelou determinados pontos" que os centristas consideram essenciais.
Os deputados querem saber se a readmissão foi decidida "em articulação com a Comissão Permanente do Setor Social e Solidário", e se o Governo considera que "este processo não comporta riscos de contágio e/ou reincidência de infeção para os próprios doentes, bem como para os restantes utentes e, ainda, funcionários dos lares".
O CDS pergunta à ministra da Saúde se não é "relevante e necessária a verificação prévia das condições dos lares para o reingresso em segurança do idoso em recuperação" e se foram ponderadas alternativas, nomeadamente "a possibilidade destes doentes serem transitoriamente acolhidos noutros hospitais de retaguarda, sejam eles do setor social ou do setor privado".
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 70 mil.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 311 mortes, mais 16 do que na véspera (+5,4%), e 11.730 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 452 em relação a domingo (+4%).
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.