"O que for para gastar em saúde é para gastar"

O presidente do Governo dos Açores declarou hoje que, "dentro da finitude" de recursos económicos da região, tudo o que for preciso gastar na área da saúde, para enfrentar a pandemia de covid-19, "é para gastar".

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Lusa
14/04/2020 14:02 ‧ 14/04/2020 por Lusa

Política

Covid-19

 

"Os nossos recursos não são ilimitados", lembrou Vasco Cordeiro, acrescentando que no campo da saúde, e também em áreas como o apoio social e a economia, "o que for preciso gastar é para gastar, o que for preciso afetar é para afetar".

O governante falava numa reunião da Comissão Permanente da Assembleia Legislativa Regional, que hoje se reúne para ouvir Vasco Cordeiro a propósito da atuação do Governo dos Açores na resposta à pandemia de covid-19.

Vasco Cordeiro respondia a uma pergunta do líder do CDS nos Açores, Artur Lima, em torno da anulação do concurso para a construção de um navio de transporte de passageiros e viaturas, tendo o executivo anunciado que 48,2 milhões de euros desse investimento foram direcionados para o combate à pandemia.

Cerca de 41 milhões de euros da obra são de fundos comunitários, de uma "candidatura já aprovada", e 7,2 milhões de euros são comparticipação regional, sendo todo esse montante destinado agora para a saúde e a economia, indicou o chefe do executivo açoriano.

Questionado por vários deputados sobre o primeiro caso de covid-19 num lar de idosos na região, no Nordeste (ilha de São Miguel), Vasco Cordeiro asseverou não ter havido "falhas de procedimentos".

"A primeira doente que foi testada positiva no lar teve alta no hospital de Ponta Delgada no dia 27 de março. Só em 02 de abril é que o profissional de saúde do hospital de Ponta Delgada é testado positivo", disse.

E insistiu: "A doente que sai do hospital para o lar sai antes sequer que se tivesse conhecimento de que havia uma cadeia de transmissão envolvendo o hospital".

À data de hoje, os Açores têm capacidade instalada para fazer 300 testes por dia "no conjunto dos dois laboratórios" de referência da região, mas em breve esse número subirá para os 500 testes por dia, com a instalação de novos equipamentos médicos.

Sobre o relacionamento com o Governo da República, sendo sabido que o executivo açoriano defendeu o encerramento dos aeroportos e que o executivo central manteve a TAP a voar para São Miguel e a Terceira, Vasco Cordeiro advogou que "o Governo Regional está a agir naquilo que entende ser o seu papel e o Governo da República naquilo que entende ser o seu papel".

"Não tenho mais questões de diferenças de entendimento a referir", prosseguiu o socialista, referindo também um relacionamento institucional "excelente" com o representante da República na região, Pedro Catarino.

A Autoridade de Saúde dos Açores informou hoje que as 143 análises realizadas nos dois laboratórios de referência da região nas últimas 24 horas não revelaram novos casos positivos de covid-19.

Até hoje, já foram detetados nos Açores um total de 100 casos, verificando-se oito recuperados, quatro óbitos e 88 casos ativos para infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença covid-19.

Na distribuição dos casos de infeção por ilha, 58 registam-se em São Miguel, sete na Terceira, quatro na Graciosa, sete em São Jorge, 10 no Pico e cinco no Faial.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 120 mil mortos e infetou mais de 1,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registam-se 567 mortos, mais 32 do que na segunda-feira (+6,%), e 17.448 casos de infeção confirmados, o que representa um aumento de 514 (+3%).

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