Decorreu, esta quinta-feira, no Parlamento o debate onde se discutiu a renovação do Estado de Emergência. E, na sua intervenção, o primeiro-ministro vincou a necessidade de "reanimar a economia", mas "sem deixar descontrolar a pandemia".
"Se o último mês foi decisivo para conter a pandemia sem matar a economia, agora temos de garantir que temos de começar a reanimar a economia sem deixar descontrolar a pandemia. Em menos de um ano/ano e meio não teremos disponível uma vacina, teremos de viver sob a ameaça permanente deste vírus. E não podemos viver esse período em Estado de Emergência permanente ou de contenção continuado", vincou Costa.
"Os próximos 15 dias", continuou, "são decisivos para prepararmos o próximo ano e meio e aprendermos a conviver de modo seguro com o vírus". E este período é ainda fundamental "para que maio possa ser o mês de retomar não a normalidade da vida, mas a capacidade de poder viver em melhores condições de normalidade".
Para haver confiança entre a sociedade, destacou o líder socialista, "é preciso tornar abundante no mercado os meios de proteção individual", como máscaras de proteção comunitária e álcool-gel. É preciso também haver normas de higienização nos locais de trabalho e em meios de transporte.
António Costa frisou a necessidade de "definir prioridades de qual deve ser o ritmo de ir aliviando a compressão social" e reiterou a "ambição" de em maio termos aulas presenciais para o 11º e 12º anos. Mas a ambição do Governo vai ainda mais além, já que, como manifestou o primeiro-ministro, há também vontade de "durante maio" se poder "reabrir as creches que são fundamentais para apoiar as famílias que têm perda de rendimento" ou fazem "um esforço acrescido quando estão em casa em regime de teletrabalho".
Olhar para as atividades às quais se impôs o encerramento, como o comércio e a restauração, é intenção do Executivo: "Devemos ser prudentes e graduais, começar pelo comércio de bairro que responde às necessidades mais imediatas da população" e "havemos de chegar às grandes superfícies".
A manutenção do teletrabalho é, por sua vez, "fundamental" porque "o levantamento das medidas deve ser gradual". E com este regime permitir-se-á ainda que o regresso dos transportes público à normalidade possa também ser feito de forma faseada.
Ainda no domínio do relançamento da economia, Costa deixou uma palavra especial a um dos setores mais afetados: o do turismo. "Sabemos bem o quanto o país depende do turismo", que é o "motor de inúmeras atividades e serviços. Se vamos ter dificuldades em ter grande atividade turística, há algo essencial que é importante dizer: este ano façam férias cá dentro".
No final da declaração do primeiro-ministro, a Assembleia da República aprovou o decreto do Presidente da República que renova o Estado de Emergência até ao final do dia 2 de maio, para permitir medidas de contenção da Covid-19.
Recorde-se que Marcelo Rebelo de Sousa já fez saber na sexta-feira que pretendia renovar mais uma vez o Estado de Emergência, que vigora em Portugal desde 19 de março, defendendo que não se pode "brincar em serviço" nem "baixar a guarda" no combate à propagação da Covid-19.