O antigo primeiro-ministro António Costa esteve presente, este sábado, nas cerimónias fúnebres do antigo ministro socialista João Cravinho, destacando que o antigo ministro, que morreu na quarta-feira, sempre foi ligado aos problemas do país.
"Foi um homem que soube antecipar muitas coisas. Encontrou novos esquemas de financiamento para conseguirmos completar esse último grande ciclo de obras públicas que o país tinha em curso, quando já tínhamos simultaneamente que cumprir restrições orçamentais para a adesão ao Euro", apontou, em declarações aos jornalistas.
Em Lisboa, onde as cerimónias decorrem, o atual presidente do Conselho Europeu sublinhou ainda que "homens como João Cravinho fazem falta à politica portuguesa e em qualquer circunstância política e em qualquer país; mesmo no conjunto dos outros países, não há muitos como o João Cravinho".
Costa referiu também que Cravinho, que morreu aos 88 anos, foi "talvez dos deputados no Parlamento Europeu que maior ligação teve aos concreto dos problemas do país", abordando o período em que foi eurodeputado, entre 1989 e 1994.
"Foi absolutamente decisivo para as políticas que a União Europeia (UE) desenvolveu para apoiar a indústria têxtil na transição dos anos 1990 para os anos 2000", disse.
António Costa foi colega de João Cravinho no XIII Governo Constitucional, liderado por António Guterres.
Costa foi, primeiro, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, tendo depois sido ministro dos Assuntos Parlamentares nesse executivo, que João Cravinho integrou enquanto ministro do Equipamento, Planeamento e Administração do Território.
João Cravinho morreu na quarta-feira, aos 88 anos. Nascido em Angola, em 1936, João Cravinho formou-se em engenharia civil pelo Instituto Superior Técnico.
Foi ministro da Indústria e Tecnologia no IV Governo Provisório, chefiado por Vasco Gonçalves, em 1975, e mais tarde ministro do Executivo chefiado por António Guterres.
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