Catarina Martins colocou um vídeo no Facebook, esta sexta-feira, onde deixa o seu ponto de vista acerca da situação dos trabalhadores. "Em Portugal, há milhares de trabalhadores que esperam e desesperam por um apoio nesta crise pandémica. 300 mil são trabalhadores a recibos verdes", começa por explicitar no texto que acompanha a publicação.
A coordenadora do Bloco de Esquerda refere que o "Governo anunciou que teriam apoios equivalentes aos dos trabalhadores por conta de outrém: para acompanhamento aos filhos e nas situações de quebra total ou parcial de rendimentos" e questiona: "Mas o que está a acontecer?"
Em primeiro lugar, "o montante dos apoios é extremamente reduzido. O Governo corrigiu a sua proposta inicial e subiu o teto máximo do apoio para um valor ligeiramente acima do Salário Mínimo Nacional", acrescentando que "este valor máximo não será, de facto, recebido pela generalidade dos trabalhadores".
"A forma de cálculo deixará a generalidade dos trabalhadores a recibos verdes com um apoio abaixo do limiar de pobreza. Não se pode combater a pobreza com valores que ficam abaixo do limiar da pobreza", advoga.
Em segundo lugar, "alguns destes trabalhadores estão excluídos de qualquer apoio mesmo que tenham perdido todos os seus rendimentos. São os trabalhadores que estão no início de atividade e que, por lei, estão ainda isentos de contribuições para a Segurança Social".
"Estão a ser tratados como incumpridores e excluídos dos apoios. Mas, na verdade, têm a situação regular e, portanto, não é legítima a sua exclusão", defende ainda Catarina Martins.
Em terceiro lugar, "os apoios tardam em chegar. Terminou há dois dias o prazo para candidatura a apoio de quem perdeu todos os rendimentos. Depois da contestação destes trabalhadores e da pressão do Bloco, o Governo garante que terão apoio ainda em abril". Mas "os trabalhadores que apenas tiveram perda parcial de rendimento só podem candidatar-se na próxima semana. Ou seja, não terão apoio antes de maio".
Colocados estes três pontos, a líder do Bloco de Esquerda escreve que "os precários não podem, como nenhum outro trabalhador, suspender a sua vida durante a pandemia. A família, as contas da casa, do supermercado ou da farmácia são compromissos de todos os dias".
"Os trabalhadores a recibo verde precisam dos apoios que foram prometidos. O Governo deve cumprir a expectativa que criou", conclui.