António Costa diz que taxa de infeção em lares é de 1%

O primeiro-ministro apontou hoje que a taxa de infeção por covid-19 na população residente em lares é de 1%, dizendo que "os idosos não são um risco" e que é essencial protegê-los e não "fugir dos idosos".

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Lusa
22/04/2020 17:08 ‧ 22/04/2020 por Lusa

Política

António Costa

 

No debate quinzenal no parlamento, António Costa foi questionado sobre a situação nos lares pelo deputado do PSD Ricardo Baptista Leite, que deixou um pedido ao primeiro-ministro.

"Pedia para dar esperança a estas pessoas, para que estas pessoas possam sentir que não foram abandonadas e não estão sozinhas", apelou, citando vários casos de lares pelo país que têm sido focos de contágio e os números oficiais que apontam para que um terço das mortes por covid-19 em Portugal tenha ocorrido nestas instituições.

Na resposta, António Costa assegurou que "a situação dos lares preocupa a todos, uma vez que aí existe uma enorme concentração de um grupo de risco".

"Mas é preciso dizer à sociedade portuguesa que os nossos idosos não são um risco, eles estão expostos a um maior risco. Nós não temos que fugir dos idosos, temos que proteger os idosos", afirmou, recebendo palmas da bancada socialista.

"Tivemos uma taxa de infeção entre a população dos lares de 1%, ou seja, no conjunto das cem mil pessoas que residem em lares a taxa de infeção ronda o 1%. Não querendo desvalorizar a gravidade do problema, é preciso delimitar a dimensão desse problema, a taxa de mortalidade não tem sido maior porque as pessoas vivem em lares, mas devido sua à faixa etária", defendeu Costa.

Neste setor, apontou que a prioridade têm de ser os profissionais, uma vez que são eles que transportam o vírus para os lares, adiantando que já foram testados 8.000 e o objetivo é chegar aos 70 mil no próximo mês "para cobrir todos os funcionários".

António Costa voltou a remeter para depois da próxima reunião com os epidemiologistas, no dia 28, a definição do calendário "prudente e gradual" do calendário de desconfinamento.

"Cá estaremos para decidir com a informação disponível, esperando e confiando que as decisões sejam certas, mas receando sempre que possam não ser acertadas (...) Temos de estar preparados, todos nós, para podermos recuar se isso for necessário", afirmou, considerando que esta prudência "é um sinal de confiança" que o Governo dá aos portugueses.

"Diremos o que vamos fazer, mas se for necessário corrigir, recuaremos", afirmou.

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 178.500 mortos e infetou mais de 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Em Portugal, morreram 785 pessoas das 21.982 registadas como infetadas, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

 

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