Pelo PS, Ana Catarina Mendes saudou "as conquistas" no Eurogrupo, mas considerou que elas "não são suficientes", defendendo que "a UE tem e deve ir muito mais longe", nomeadamente com "respostas excecionais" para uma situação "absolutamente emergente" em que é preciso relançar a economia.
"Este não é o momento para muitos Estados-membros assumirem táticas, é o momento estratégico de políticas de combate a uma crise sem precedentes na UE", disse a deputada socialista.
Isabel Meireles, do PSD, considerou que o novo coronavírus "expôs as fragilidades da UE", considerando que o Conselho "tem tido um comportamento desastroso", num momento em que "mais do que nunca, joga-se o futuro da Europa".
"Precisamos de uma Europa que saiba escolher não o declínio, mas o renascimento", afirmou.
Pedro Filipe Soares, do BE, referiu-se ao último Conselho Europeu, realizado a 26 de março, como "uma reunião histórica" em que os líderes, "perante uma pandemia, decidiram nada decidir" e considerou as medidas do Eurogrupo não uma solução "mas apenas austeridade encapotada".
Para a cimeira informal de quinta-feira, e depois de criticar as divisões entre norte e sul da Europa, o bloquista frisou a necessidade de ser claro que "a pandemia não decorre da responsabilidade de nenhum destes governos e de nenhum destes povos".
"Solidariedade implica partilha e racionalidade implica justiça", o que não viu nas medidas aprovadas até ao momento (Bruno Dias, do PCP)Defendendo "medidas que travem a escalada do peso da dívida", o deputado comunista avançou propostas como a possibilidade de o Banco Central Europeu (BCE) financiar diretamente os Estados e medidas para travar a especulação financeira, além da "urgência de recuperar instrumentos de soberania" no plano económico e monetário.
Pelo CDS, Cecília Meireles, criticou o primeiro-ministro por fazer um discurso que não tem correspondência com o que se passa em Bruxelas, criticando as medidas que saíram do Eurogrupo como já conhecidas e insuficientes.
André Silva, do PAN, e José Luís Ferreira, dos Verdes, apontaram nas respetivas intervenções a Holanda, um dos países que se opõe à emissão de dívida europeia, criticando ser um "paraíso fiscal" para o qual Portugal "perde 236 milhões de euros por ano em impostos".
"É crucial que se exija que esta imoral fuga seja travada e se exijam formas de o conseguir" (André Silva)"O relançamento [da economia europeia] devia equacionar o fim desta imoralidade inqualificável", afirmou José Luís Ferreira, dos Verdes.
André Ventura, do Chega, pediu a António Costa que volte a levar para o Conselho "um gráfico" que utilizou em tempos e que mostrava os países europeus que mais beneficiam da UE, em muitos casos os que menos solidariedade mostram.
"Para perceberem que não nos vergaremos a divida imposta" (André Ventura)
João Cotrim de Figueiredo, da Iniciativa Liberal, criticou a UE por "secundarizar o papel dos cidadãos e do investimento privado" e exortou o Governo a "exigir uma Europa com autonomia estratégica", que não dependa da China, e a "fazer voz grossa" aos que "continuam a insistir fazer da UE uma máquina burocrática".