Covid-19: Juventude Popular acusa Governo de camuflar número de mortes
O presidente da Juventude Popular (JP) acusou hoje o Governo de camuflar o número de mortes por covid-19, alegando que não são efetuados testes às pessoas que morrem, mesmo que tenham apresentado sintomas relacionados com a doença.
© Facebook / Francisco Mota
Política Covid-19
Alegando que "entre o dia 15 de março e o dia 04 de abril, por exemplo, morreram mais 1.052 pessoas do que em período homólogo de 2019", Francisco Mota criticou que, "ao contrário do que deveria acontecer" de acordo com as indicações da Organização Mundial de Saúde, "estas pessoas que faleceram de causas muito próximas com sintomas do coronavírus" não foram testadas.
"Há uma conjuntura que levou a que este número de pessoas que morreram pudessem estar, naturalmente, a ser vítimas da covid-19, só que a inoperância ou então de uma forma deliberada, o Governo não testou estas pessoas, contrariando as indicações da OMS", salientou em declarações à Lusa, exigindo saber porque não foram testadas.
Para o líder da estrutura que representa os jovens do CDS-PP, "isto significa de uma forma clara que o Governo procurou camuflar mortes em Portugal oriundas da covid".
"Aquilo que temos vindo a sentir é que neste momento há um grande encobrimento da realidade por parte do Governo, que pode ser por duas razões, ou por incompetência ou de uma forma deliberada", salientou Francisco Mota, que diz ter "a certeza absoluta que estas pessoas não foram testadas" ao novo coronavírus.
Assim, considerou "fundamental que isto seja respondido de forma cabal por parte das instituições públicas, do Governo, da Direção-geral da Saúde", numa altura em que está a terminar o terceiro período de estado de emergência e "decisões terão que ser tomadas" relativamente ao futuro do país e dos portugueses.
Por isso, a JP vai endereçar um conjunto de perguntas ao Ministério da Saúde, onde questiona igualmente "qual a correspondência entre o número diariamente divulgado de novos infetados e o número de pessoas testadas" e se "é correto avaliar se o número de infetados sobe ou desce, tendo apenas por base os dados do dia anterior" quando a "amostra se mantém a mesma durante dois ou três dias".
O presidente da JP considera que "ao longo deste período é notória a falta de rigor nos números já apresentados".
"Que conclusão idónea podemos retirar da informação que nos dão quando desconhecemos o universo de pessoas que se submetem aos testes?", pergunta ainda Francisco Mota, salientando que "mais importante do que o número de testes" importa saber "o número de pessoas que é testada diariamente".
De acordo com o dirigente, "não se diferencia à nascença aqueles que são segundos e terceiros testes, daqueles que são primeiro teste", pelo que "a amostra global muitas vezes não requer o número de pessoas, mas requer sim o número de testes efetuados", mas "o número de pessoas é que efetivamente interessa".
Portugal contabiliza 928 mortos associados à covid-19 em 24.027 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
Portugal cumpre o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e o Governo já anunciou a proibição de deslocações entre concelhos no fim de semana prolongado de 01 a 03 de maio.
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