O deputado único da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, foi o penúltimo a falar aos jornalistas depois da ronda de reuniões com os partidos que o primeiro-ministro, António Costa, promoveu desde o início da tarde de hoje na residência oficial.
"Para nós este plano de abertura só peca por tardio, na medida em que continuamos com a convicção de que aquilo que pode ser uma recessão económica muito profunda acabará por causar mais danos do que a própria epidemia que pretende evitar", avisou.
Na perspetiva de João Cotrim Figueiredo, este plano de reabertura das atividades económicas e sociais "devia mais ambicioso, mais rápido" e "acompanhado do famoso plano de testes" que os liberais andam "a reclamar há semanas".
Para o deputado da Iniciativa Liberal, este plano de retoma "deveria ser acompanhado também de uma comunicação bastante mais assertiva e que comunicasse com clareza aos portugueses que lhes vai ser pedido um suplemento de coragem, para além daquela que já demonstram, para aprender a viver com este vírus".
"A Iniciativa Liberal acredita que Portugal tem futuro, que isto é uma crise da qual podemos sair mais fortes, mas exige um esforço de todos", afirmou, explicando que é preciso "um tipo de sociedade e um tipo de economia muitíssimo mais ágil, mais inventiva e menos avessa ao risco" do que aquela que existe.
João Cotrim Figueiredo levou ainda a António Costa a questão da TAP e quais as intenções do Governo em relação a uma eventual nacionalização.
"Tememos que se possa estar a preparar uma injeção grande de dinheiros públicos que vai ser necessário para coisas muito mais fundamentais do que salvar uma companhia aérea. Usar o vírus como pretexto para intervir na economia e para nacionalizar empresas como a TAP não mereceria da nossa parte a menor aceitação", avisou.
Em comunicado enviado à agência Lusa, o partido liberal já se tinha mostrado contra uma possível nacionalização da TAP, uma vez que considera "uma mera obsessão ideológica", avisando que o Estado vai usar centenas de milhões de euros de impostos dos contribuintes "para enterrar" na companhia aérea.