Costa assume que não foi informado do pagamento ao Novo Banco
O primeiro-ministro explicou hoje que não foi informado pelo Ministério das Finanças do pagamento de 850 milhões de euros ao Novo Banco, tendo já pedido desculpa ao Bloco de Esquerda pela informação errada transmitida durante o debate quinzenal.
© Lusa
Política Governo
"<span class="news_bold">Não tinha sido informado que, na véspera, o ministério das Finanças tinha procedido a esse pagamento", assumiu o primeiro-ministro, em declarações aos jornalistas no final de uma iniciativa no Porto.
António Costa sublinhou que, em face do sucedido, já pediu desculpas ao Bloco de Esquerda (BE).
O Expresso noticiou na quinta-feira que o Novo Banco recebeu esta semana mais um empréstimo público no valor de 850 milhões de euros. A notícia surgiu depois de António Costa ter garantido, nessa tarde, no debate quinzenal no parlamento, que não haveria mais ajudas de Estado até que os resultados da auditoria ao banco fossem conhecidos.
Os 850 milhões de euros foram transferidos para o Fundo de Resolução sob a forma de um empréstimo, que injetou 1.037 milhões de euro no Novo Banco. O dinheiro destina-se a compor as contas do Novo Banco de 2019.
Hoje, numa conferência de imprensa na qual apresentou 20 propostas do BE para garantir a segurança e proteção no desconfinamento, a coordenadora do BE, Catarina Martins, considerou chocante que o Estado tenha feito uma nova injeção no Novo Banco sem conhecer os resultados da auditoria, confirmando que o primeiro-ministro admitiu ao BE ter dado uma informação errada no debate quinzenal.
Deixando claro que não revela "conversas pessoais com o primeiro-ministro", a líder do BE confirmou que António Costa lhe deu nota, "como aliás disse publicamente", que lhe teria dado "uma informação errada no debate quinzenal porque não tinha conhecimento da operação".
"Em todo o caso, julgo que o mais relevante e mais chocante para o Bloco de Esquerda é o facto de ter sido feita a injeção sem conhecermos os resultados da auditoria", condenou, considerando que o Estado continua a entregar dinheiro público sem saber as contas e a gestão da entidade bancária.
Para Catarina Martins, este tipo de escolhas e de opacidade "são absolutamente insuportáveis", mais ainda em plena crise pandémica.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 269 mil mortos e infetou mais de 3,8 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de 1,2 milhões de doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 1.114 pessoas das 27.268 confirmadas como infetadas, e há 2.422 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
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