Marcelo Rebelo de Sousa defendeu, este domingo, que a realização da Festa do Avante! é uma questão que cabe às autoridades sanitárias decidir.
"As autoridades sanitárias, em função da situação sanitária vivida num determinado momento, é que vão dizer o que é possível e o que não é possível fazer. Tem de valer para todos", começou por apontar, esta manhã, o Presidente da República à margem de uma visita ao mercado da Ericeira.
Apontando que a Festa do Avante! vai ter de esperar pela decisão das autoridades a par de outras iniciativas "não apenas partidárias" como festas populares, sociais e tradicionais, Marcelo Rebelo de Sousa argumentou que a festa anual do PCP não há de ser uma excepção à regra: "A avaliação sanitária há de valer da mesma maneira para todas as iniciativas".
Confrontado pelos jornalistas com a realização de outras comemorações como o 1.º de Maio ou o 25 de Abril, o Chefe de Estado denotou que a Festa do Avante! e as referidas celebrações "são coisas diferentes".
"O 1.º de Maio, como o 25 de Abril ou o 10 de Junho são cerimónias nacionais que correspondem a feriados nacionais e pareceu-me óbvio que deviam ser celebradas simbolicamente. Outra coisa completamente diferente são atuações, atividades e celebrações de partidos, de organizações sociais ou políticas", notou.
Recorde-se que a realização da Festa do Avante! gerou polémica após o primeiro-ministro ter anunciado que o evento comunista poderia realizar-se desde que fossem cumpridas as orientações sanitárias da Direção-Geral da Saúde, porque a atividade política dos partidos "não está proibida".
As declarações de António Costa geraram controvérsia pois tinha acabado de ser anunciado, num comunicado do Conselho de Ministros, que estava proibida, até 30 de setembro, a realização de "festivais e espetáculos de natureza análoga".
Em reação, Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, rejeitou publicamente que a Festa do Avante! fosse considerada um festival e afirmou que o partido não tinha uma "posição fechada" sobre a sua realização, acrescentando que "os comunistas portugueses são muito criativos".