CDS aponta "grande divergência" entre país real e "propaganda do Governo"

O líder do CDS-PP afirmou hoje que existe uma "grande divergência" entre o país real e a propaganda do Governo, apontando atrasos no pagamento de apoios às empresas e devoluções de reembolsos de IRS às famílias.

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© Francisco Rodrigues dos Santos

Lusa
22/05/2020 13:42 ‧ 22/05/2020 por Lusa

Política

Francisco Rodrigues dos Santos

 

Francisco Rodrigues dos Santos visitou hoje uma pastelaria emblemática em Odivelas com o objetivo de falar "com o país real, auscultar as preocupações dos micro, pequenos e médios empresários que são o pulmão da economia e que permitem manter portas abertas e salvar postos de trabalho".

"Há de facto uma grande divergência entre o país real e a propaganda do Governo", criticou, apontando atrasos no pagamento dos apoios previstos no âmbito do 'lay-off' simplificado.

O líder do CDS-PP reiterou a necessidade de alargar este regime "pelo menos até 30 de setembro", porque a retoma da economia também será gradual, na sequência da pandemia de covid-19.

"Os empresários não terão o mesmo volume de negócios que tinham antes da crise, até pelas regras higiénicas de distanciamento", alertou, referindo-se a setores como os da restauração, hotelaria, turismo e também ginásios ou organização de eventos.

Rodrigues dos Santos repetiu duas propostas que o CDS já fez: um mecanismo de acerto entre o Estado os contribuintes - lamentando que o Governo esteja a cobrar o IMI antes de devolver os reembolsos do IRS - e a eliminação do Pagamento Especial por Conta para ajudar a dar mais liquidez à economia.

Questionado se a proposta hoje anunciada pelo partido de impor um período de nojo entre a passagem pelo Governo e o cargo máximo do Banco de Portugal se dirige ao ministro das Finanças, Mário Centeno, o líder do CDS-PP não negou.

"O CDS tem referido várias vezes que gostava que o Estado fosse tão rápido a pagar o que deve às famílias e às empresas como foi a transferir dinheiro para o Novo Banco. Se o governo quer colocar o ministro das Finanças em 'lay-off' como governador do Banco de Portugal, o CDS tem dito que não pode fazê-lo", afirmou, dizendo esperar consenso parlamentar sobre este diploma.

Francisco Rodrigues dos Santos fez a visita à pastelaria de Odivelas acompanhado dos vice-presidentes Filipe Lobo d'Ávila e António Carlos Monteiro e, por insistência do proprietário de há 35 anos José António, trocou o café por um sumo de laranja.

"É vitamina CDS, para combater a covid e ajudar as empresas", defendeu o líder do CDS-PP.

Do proprietário da pastelaria ouviu queixas de que "ninguém lhe perguntou se tinha condições para abrir", e de alguns clientes muitas queixas sobre a Câmara socialista.

Depois das declarações aos jornalistas, o líder do CDS-PP ficou durante algum tempo a conversar com as pessoas que preenchiam a pequena esplanada da pastelaria, que disse conhecer dos tempos de adolescência.

"Eu estudei no Colégio Militar e aqui era o Instituto de Odivelas, mantínhamos boas relações com esse estabelecimento militar de ensino e passava aqui alguns tempos", recordou.

Questionado por uma cliente se era "para ver as meninas", o líder do CDS-PP riu-se, mas disse que, ao contrário de um dos irmãos, nunca teve nenhuma namorada do Instituto de Odivelas.

Rodrigues dos Santos conversou sobre o seu percurso de vida - até escreveu para a Comarca de Arganil, na adolescência - e confessou que a política será "um episódio".

"Dedico-me mais à política, mas será sempre um episódio da minha vida, nunca será uma profissão", afirmou, dizendo que a dedicação à "causa pública" foi uma lição dos tempos do Colégio Militar.

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