Rio antecipa "crise social encostada" à crise económica no Algarve
O presidente do PSD, Rui Rio, antecipou hoje que o Algarve vai viver uma "crise de ordem social" associada à crise que está a afetar o setor turístico da região devido aos efeitos da pandemia de covid-19.
© Global Imagens
Política PSD
"Gostaria que fosse verdade que a crise, do ponto de vista económico, tivesse atingido o plano mais baixo agora. Não sei se é verdade. Mas muitas das empresas que estão em 'lay-off' - e não é só aqui no Algarve -, é uma questão de tempo, não vão conseguir abrir, reabrir ou começar a trabalhar em força", disse o dirigente social-democrata, em Faro.
Rui Rio, que falava à comunicação social após a visita uma empresa de horticultura, admitiu que "não vai ser direto e fácil pôr a economia outra vez a funcionar".
"Aqui no Algarve ainda é pior e teremos, de certeza, uma crise de ordem social encostada a esta crise económica que estamos a viver", acrescentou, sobre a região algarvia.
Para o líder do PSD, o Produto Interno Bruto (PIB) português "irá cair 10 por cento, à volta disso ou mais", e no Algarve "irá cair de certeza bem mais do que 10%".
"Se a época alta está ao nível da época baixa, ou um pouco melhor do que a época baixa este ano, sabemos que antes de março, abril ou maio [de 2021], dificilmente esta economia ligada ao turismo recuperará", afirmou Rui Rio.
O presidente do PSD sustentou que o Estado terá de estar preparado para, através da Segurança Social, dar apoio às instituições de solidariedade social e às autarquias na resposta à crise social.
"Aqui, no Algarve, infelizmente, será para piorar um bocadinho. Quando chegarmos ao fim do ano, penso que a situação, do ponto de vista social, ainda se irá degradar um pouco mais. O Estado, através da Segurança Social, tem de estar preparado para ajudar à intervenção que, no terreno, deve ser materializada pelas IPSS e pelas câmaras municipais", sublinhou.
As pessoas afetadas pela crise, sustentou, "não têm culpa nenhuma do que lhes aconteceu, ninguém tem culpa nenhuma", ao contrário do que aconteceu após a crise originada pela presença da 'troika' em Portugal.
"Na crise da'troika', foi diferente, houve responsabilidade, houve quem atirasse o país à falência, agora não. Agora ninguém tem responsabilidade e temos de ser todos solidários", frisou.
O presidente do PSD foi questionado pelos jornalistas sobre as acusações do deputado Pedro Rodrigues acerca da participação efetuada ao Conselho de Jurisdição Nacional do partido relativa à quebra da disciplina na votação dos debates quinzenais, mas rejeitou comentar.
"Não vou comentar. Não vou fazer nenhum comentário a isso. Não tenho mais nada a dizer do que aquilo que já disse de manhã", disse Rui Rio, que horas antes se tinha escusado a revelar a sua opinião sobre a situação.
O deputado Pedro Rodrigues, um dos sete que votaram contra o fim dos debates quinzenais contra a orientação favorável da bancada, acusou Rui Rio de tomar decisões que contrariam os valores sociais-democratas e até de "violência dirigista, autocrática e centralizada no diretório partidário".
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