Uso obrigatório de máscara dá imagem de insegurança, defende PS Madeira

O líder do PS/Madeira afirmou hoje que a prorrogação do estado de calamidade e a obrigatoriedade do uso de máscaras nos espaços públicos na região são negativas para o turismo, por transmitirem uma imagem de insegurança deste destino.

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© REUTERS

Lusa
31/07/2020 16:29 ‧ 31/07/2020 por Lusa

Política

Covid-19

 

"A questão da prorrogação do estado de calamidade e o uso obrigatório e a generalizado das máscaras tem causado efeitos extremamente negativos no turismo", declarou o também deputado na Assembleia Legislativa da Madeira Paulo Cafôfo, numa conferência de imprensa do grupo parlamentar realizada no Funchal.

O responsável falava sobre a resolução do Governo da Madeira publicada na quinta-feira no Jornal Oficial da região e que determina a obrigatoriedade do uso de máscara a partir das 00:00 de sábado nos espaços públicos, determinando, entre as exceções, as praias, atividades desportivas e atividades de lazer nas áreas e percursos florestais.

Paulo Cafôfo referiu que a decisão do executivo madeirense, de coligação PSD/CDS-PP, liderado pelo social-democrata Miguel Albuquerque, já originou "muitos cancelamentos de reservas de pessoas [que] tinham escolhido a Madeira como destino das suas férias".

"Aqui a atuação do Governo Regional tem-se revelado desastrosa e tem havido muita incompetência na gestão deste processo", opinou.

O socialista entende que a declaração do uso obrigatório de máscara e a prorrogação do estado de calamidade -- agora decretado até ao final de agosto - "têm transmitido insegurança e uma mensagem de que a situação epidemiológica está descontrolada".

A decisão, acrescentou, "além de ser avulsa, é extemporânea e desproporcional".

"Por isso, o PS apela a que o Governo Regional possa fazer um recuo", declarou.

O dirigente socialista criticou também a "falta de estratégia" do executivo madeirense - por avançar "todas as semanas com medidas avulsas", quando a região precisa "é de estabilidade" - e "a falta de capacidade de diálogo", por o governo não ter "auscultado o setor do turismo, os agentes turísticos e outras forças políticas".

Além disso, indicou, tem havido "uma comunicação desastrosa" que gerou "notícias da Madeira espalhadas por todo o mundo" pouco benéficas sobre o setor do turismo, área em que é preciso "apostar fortemente", com promoção no mercado nacional.

Entre as medidas propostas pelo PS/Madeira estão a criação de mais postos de testes da covid-19 espalhados por todo o país (para os turistas), até porque a região tem atualmente três, enquanto os Açores já somam 124, e a criação de um fundo para a captação de rotas aéreas.

De acordo com os mais recentes dados, divulgados na quinta-feira pela autoridade regional de saúde, a Madeira mantém um total de 106 casos de covid-19, já com 97 recuperados e apenas nove ativos, os mesmos assinalados na quarta-feira.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 673 mil mortos e infetou mais de 17,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.735 pessoas das 51.072 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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