O PS lança esta segunda-feira o seu novo ano político, em Coimbra, numa conferência com a participação dos principais dirigentes socialistas. António Costa foi dos primeiros a usar da palavra. Durante a intervenção, o líder do partido salientou a importância da recuperação económica e o fundamental combate à pandemia da Covid-19.
Antes disso, e numa altura em que a realização da Festa do Avante! está a gerar muita polémica, Costa sublinhou que, apesar de a Covid-19 ter alterado "subitamente o rumo dos acontecimentos", "nada obriga os partidos a pararem a sua atividade desde que todos cumpramos as normas de segurança".
Já quanto ao regresso de muitas atividades, escolares e desportivas, em setembro, o também primeiro-ministro, reiterou que é necessário "aumentar a prevenção", prometendo a realização de mais testes.
“Quando as empresas voltarem a laborar em pleno, quando o ano letivo recomeçar, naturalmente o risco de contágio vai aumentar, e se aumenta o risco tem de aumentar a prevenção”, defendeu, reiterando a importância de usar a aplicação, desenvolvida para rastrear a Covid-19, admitindo que vai ser “o primeiro a dar o exemplo” ao descarregar a app, assim que esta estiver disponível, já esta terça-feira.
DIRETO | Conferência Nacional do PS em Coimbra https://t.co/bPZjgszRGG
— psocialista (@psocialista) August 31, 2020
Ainda sobre regressos, António Costa frisou que o grande "teste" vai ser o arranque do ano letivo. “As escolas não podem encerrar nem podemos ter o nível de ensino à distância que tivemos no ano passado. A escola pública e o ensino presencial são fundamentais. É essencial que organizemos em cada agrupamento de escolas, e em cada estabelecimento, planos de contingência para responder ao que é preciso. Vai sempre haver um aluno ou um professor contaminado, temos de evitar que um aluno infetado não seja sinal de que a escola toda vá fechar. E uma criança impedida de ir a escola não pode ficar atrás na aprendizagem. Temos de avançar para a universalização do ensino à distância. Todos têm de ter a mesma oportunidade de gozar dessa mesma oportunidade”, afirmou o secretário-geral do PS.
O secretário-geral do PS apelou ainda ao consenso político e social na execução dos programas de recuperação económica, alegando que a batalha contra a crise é uma maratona e a resposta transcende o horizonte da atual legislatura.
"Muitos acreditaram que a covid-19 desaparecia, se estivéssemos 15 dias em estado de emergência e nos fechássemos em casa, mas já percebemos que não é assim. Esta é uma maratona do ponto de vista sanitário. Mas é também uma maratona dos pontos de vista económico e social", advertiu o primeiro-ministro.
Neste ponto, António Costa frisou que não se pode dizer simultaneamente que Portugal enfrenta "a maior crise económica de sempre e esperar que essa crise desapareça amanhã por milagre, se a covid-19 desaparecer".
"Não, a Covid-19 vai deixar marcas, porque houve empresas que foram destruídas, há empresas que não vão reabrir e há capital que se perdeu. A recuperação desta crise é um trabalho de fundo e muito exigente", acentuou o secretário-geral do PS.
Na parte da tarde, haverá debates sobre o controlo da pandemia, as vias para a recuperação económica e sobre o futuro do país a partir de intervenções dos ministros Marta Temido (Saúde), Pedro Siza Vieira (Estado e Economia), Ana Mendes Godinho (Trabalho e Segurança Social) e Nelson de Souza (Planeamento).